Revista Controle & Instrumentação Edição nº 267 2021
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Cover Page
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Metrologia 4.0 caminha na
direção da ciência de dados |
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A Fundação CERTI é uma organização de
pesquisa, desenvolvimento e serviços
tecnológicos especializados, privada,
independente, e sem fins lucrativos, dedicada a desenvolver soluções inovadoras
para a iniciativa privada, governo e terceiro
setor. A Fundação é dividida em Unidades
de Negócios, chamadas Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras, nas áreas
de transformação digital, metrologia e instrumentação, processos produtivos, empreendedorismo
inovador, economia verde, energia sustentável, e ainda,
incubação de empresas.
Em 2020, a CERTI manteve suporte em metrologia
e instrumentação às empresas, na consolidação do seu
avanço tecnológico, atuando na transformação digital dos
processos relativos à melhoria da qualidade de produtos,
e conservação da integridade dos ativos de produção
– destaque-se sua participação em projetos de P&D de
Petróleo & Gás, Aeroespacial & Defesa, entre outros setores da economia. A instituição consolidou uma nova estrutura que, homologada, facilita a visualização de novas
oportunidades, e aumenta o potencial de sinergia com as
demais áreas da CERTI.
A fim de atender os requisitos de uma indústria 4.0,
que demanda sistemas de produção eficientes, flexíveis,
globais e inovadores, a metrologia deve ser rápida, precisa, confiável, flexível e holística. Nesse escopo, muitos
desafios estão presentes, como a redução do tempo de
medição, o processamento automático dos dados, a verificação da incerteza de medição, a sua redução, o aumento da integração, da densidade de informação e das
técnicas de medição disponíveis. |
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“Na Fundação CERTI, entendemos que a transformação digital da produção consiste na aplicação racional de modernas tecnologias, visando a alcançar novos e mais elevados patamares de eficiência e flexibilidade” conta Dr. Miguel Burg Demay,
pesquisador e coordenador de projetos. Doutor em Engenharia Mecânica, pela Universidade Federal de Santa Catarina, com ênfase
em Metrologia e Instrumentação, atua nas áreas de ciência, análise e confiabilidade de dados,
sistemas automatizados de medição e sensores.. |
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| No contexto industrial, o Labfaber – LaboratórioFábrica de referência para o desenvolvimento, o domínio,
a prática e a difusão de tecnologias digitais na manufatura
competitiva de produtos tecnologicamente avançados,
bem como para a capacitação e a disseminação de soluções em Indústria 4.0 –, representa o que há de mais moderno na indústria, no que diz respeito à transformação
digital, com foco em eficiência e flexibilidade.
No contexto da metrologia com foco na eficiência da
indústria brasileira, a Certi trabalha com uma abordagem intensiva em dados, os quais podem ser gerados por sistemas
de medição, ou provenientes de fontes diversas, como a internet. Ainda, promove a utilização de sistemas ciberfísicos,
para constituir unidades inteligentes, com capacidades de
análise diferenciadas, que podem se estender ao longo de
todo o ciclo de vida de um equipamento ou produto.
Miguel conta que a utilização dos dados gerados por
medição em níveis mais elevados de análise, como diagnósticos, predições e prescrições, promove a projeção da
metrologia na direção da ciência de dados. “Conceitos
oriundos de áreas, como estatística e inteligência artificial,
passam a pertencer ao escopo de análises de dados de
medição. Assim, a reflexão sobre a qualidade metrológica dos resultados adquire especial valor, uma vez que estes são utilizados para embasar
decisões de elevado impacto e
responsabilidade. A metrologia
ganha ainda mais importância,
pois, é ela que transforma dados de medições em informação
confiável, agregando contexto. A
informação, por sua vez, pode
transformar-se em conhecimento, quando combinada com experiência e entendimento”, pondera Miguel.
Na CERTI, a metrologia é
abordada por três perspectivas
diferentes, que trabalham juntas
para o desenvolvimento e implementação da metrologia 4.0 na
indústria: serviços tecnológicos,
cursos e assessorias, e projetos.
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“Para a prestação de serviços tecnológicos, possuímos laboratórios com infraestrutura de
ponta, para realização de medições e calibrações dimensionais,
superficiais e geométricas. Com máquinas de medição por
coordenadas, tomógrafo industrial e equipe altamente especializada, prestamos serviços de medição e calibração
para peças e produtos de diferentes complexidades.”
“Oferecemos também cursos e assessorias para laboratórios e indústrias. Como instituição referência
em metrologia, acreditamos na necessidade de
difundir e incutir o tema na cultura organizacional de empresas. Oferecemos cursos
de formação em metrologia, estatística
aplicada, tolerâncias geométricas, qualidade laboratorial, gestão da metrologia,
inovação e tecnologia, entre outros”, diz
o Dr. Gustavo Daniel Donatelli, diretor
do Centro de Metrologia e Instrumentação
(CMI). Doutor em Engenharia Mecânica, pela
Universidade Federal de Santa Catarina, com ênfase
em Metrologia e Instrumentação, desenvolve pesquisas
em metrologia dimensional e geométrica, e em métodos
estatísticos para garantia da qualidade. |
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| A CERTI promove, ainda, um conjunto de ações integradas, visando a apoiar empresas e laboratórios nas mais
diversas áreas em que há o envolvimento da Metrologia e
a Garantia da Qualidade.
Entre os temas mais abordados com laboratórios,
pode-se citar a norma ABNT NBR ISO/IEC 17025; sistemas, ambientes e incerteza de medição, gestão de laboratórios, inteligência de mercado, e estratégia de dados.
“Com as indústrias, trabalhamos com gestão de sistemas de medição, MSA, CEP, GD&T (Tolerância Dimensional
e Geométrica), tecnologia de medição por coordenadas,
desenvolvimento de instrumentação e sensoriamento para tarefas
especiais. Mais recentemente, temos dado apoio à implantação de
sistemas ciberfísicos e à transformação digital em indústrias. Sobre este
assunto, é importante mencionar
que é muito relevante identificar
claramente o que é possível e faz
sentido desenvolver, pois, nem todas as tecnologias estão maduras o
suficiente para operar com confiabilidade. As expectativas das empresas em relação à transformação digital são muitas vezes inflacionadas
por mensagens de cunho comercial,
mesmo em ambientes que não estão preparados para a mudança”,
afirma o Dr. Gustavo.
A equipe CERTI/CMI desenvolve ainda projetos de sistemas voltados à automação, instrumentação e
gestão da integridade em diversos
setores da economia, onde a metrologia está presente desde as primeiras etapas do projeto,
com a definição confiável dos requisitos normativos e do
cliente, passando pela comprovação experimental da evolução do nível de maturidade tecnológica e comercial do
produto (TRL/CRL), até que o produto esteja desenvolvido
e comprovadamente atenda a necessidade desejada.
Miguel ressalta que todas essas perspectivas
convergem para o desenvolvimento de meios e
métodos para a inclusão da metrologia na indústria 4.0. Essa é a evolução natural dos sistemas produtivos, e sim, a metrologia possui
papel preponderante no assunto. “Entendemos que a qualidade, nesse contexto em ascensão, será pautada em dados dos mais diversos processos produtivos. O uso dos dados será
uma atividade tipicamente indutiva, compreendendo análises descritivas, diagnósticas, preditivas e prescritivas. Neste cenário, a informação e a sua partilha serão
fatores diferenciadores para as empresas. Muitos afirmam
que os dados serão o petróleo de futuros negócios, assim,
a sua análise em tempo real e aprendizagem de máquina
criarão valor comercial adicional.”
“A partir dos dados que diariamente são inseridos nas
bases de dados da metrologia (fruto de nossos serviços laboratoriais), pode-se fazer diferentes análises, deixando a simples garantia da qualidade da medição de lado, e partindo
para um viés voltado à inteligência de dados, com o alinhamento das informações adquiridas aos objetivos da organização, com foco em sua competitividade”, diz Miguel.
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| Por mais simples que pareça, muitas empresas não
fazem uso dos dados disponíveis, e poucas os estruturam de maneira adequada para a extração de informações,
como intenções, periodicidade, hábitos de consumo, recorrência de compra, ou mesmo primeiro canal de interação do cliente com a empresa. Esses entendimentos
fornecem uma base para ações que direcionem esforços
em função de maior valor.
Analisando por um outro prisma, no processo de
transformação digital, há uma mudança em curso, que
impactará na forma habitual de se olhar para as medições.
O grande interesse de quem deseja medir algo deixa de
ser o mensurando em si, e passa a ser a informação que
pode ser obtida a partir do sinal adquirido. A atividade
de medição passa a ser então motivada pelo desejo de
se conhecer o comportamento de processos e sistemas, e
não apenas para verificar o estado de certa variável ou a
adequação a normas.
Entretanto, é importante que se reflita um pouco sobre a qualidade das decisões baseadas em dados. Sua assertividade depende diretamente da qualidade dos resultados obtidos por algoritmos de processamento de dados.
A confiabilidade da saída de tais algoritmos depende da
qualidade dos dados adquiridos, e de sua representatividade frente ao fenômeno que se deseja observar. Nesse
contexto, o papel de quem lida com metrologia pode mudar de enfoque. É importante tomar consciência de que
o papel demandado do profissional de instrumentação e
metrologia não se limita a gerar dados; ele irá garantir
que os mesmos sejam adquiridos, de forma confiável e
adequada, para uma análise de dados conseguinte. Em
última instância, ele será um dos responsáveis pela qualidade das decisões tomadas em nível gerencial.
Entender como a incerteza de medição se propaga
por meio dos algoritmos de processamento, e como minimizar sua influência, trará confiabilidade à tomada de decisão. E é atividade em que profissionais de instrumentação e de metrologia podem ser fundamentais, como parte
do processo de análise de dados, trabalhando em equipes
multidisciplinares, com especialistas cientistas de dados.
A CERTI tem direcionado suas pesquisas para fornecer fundamentos aos profissionais, e ajudar na evolução
conjunta das empresas e cadeias produtivas. Cada cliente tem suas necessidades; por isso, a discussão deve ser
direcionada e exclusiva à realidade de cada organização
em seu contexto. Afinal de contas, o mundo virtual estará
cada vez mais presente, com seus gêmeos digitais, modelos computacionais e simulações. Porém, os parâmetros de
entrada consistem em traduções de variáveis reais, como
temperatura, vibração, corrente e pressão, por meio de
sensores e sistemas de medição. Caso as medições não
forem confiáveis, também não o serão os modelos estatísticos, empíricos ou de inteligência artificial desenvolvidos,
bem como os resultados de simulações, avaliações de
estado, diagnósticos, predições e prescrições realizadas.
Dessa forma, as conclusões tomadas a partir de dados de
baixa confiabilidade passam a ter validade questionada, e
podem levar a decisões errôneas ou infrutíferas.
Assim, a CERTI entende o enorme potencial da
Metrologia para a transformação digital de processos
produtivos, e está, em diferentes níveis, no processo de
implementação desse conceito em serviços e projetos;
por exemplo, com o desenvolvimento de sensores e de
sistemas de medição para processos produtivos de setores, como óleo e gás, e aeronáutico, bem como gêmeos
digitais, para analisar a integridade de equipamentos.
Também no LabFaber, os temas Indústria e Metrologia 4.0 vêm sendo trabalhados por meio do Sensoriamento da Produção e Digitalização da informação, sistemas
IIoT alimentando dashboards, em tempo real, predições
de manutenção e capacidade de simulação com dados
prescritos dos sistemas produtivos.
É fato que a Metrologia 4.0 torna os processos industriais mais eficientes, e a possibilidade de melhoria no
controle de qualidade reduz a necessidade de retrabalho.
Além disso, sistemas de medição mais ágeis e de melhor
exatidão permitem a realização de um maior número de
medições.
Mas, talvez o olhar mais correto seja que a necessidade de aumento de eficiência, demandada pela indústria 4.0, exige da metrologia um novo perfil. O conceito
de salas climatizadas, com máquinas medindo pequenos
lotes, deixa de ser viável nesse novo paradigma industrial.
Portanto, novos meios e métodos devem ser desenvolvidos para permitir a evolução do parque fabril para a
quarta revolução industrial. Nesse contexto, surge a possibilidade de medições automatizadas, em linhas de produção, bem como análises estatísticas mais profundas, a
fim de que o processo de medição não se torne o gargalo
do sistema produtivo.
Porque Metrologia 4.0 é um tema muito mais amplo.
Envolve identificar o que realmente é pertinente medir,
como medir, em que ponto do processo produtivo medir,
e quais incerteza e velocidade de medição adequadas.
Por um lado, sistemas com alto nível de confiabilidade
podem custar muito caro, enquanto vários sensores de
baixa qualidade podem compensar o erro, a partir de
uma tendência no sistema e, ao mesmo tempo, verificar
inconsistências pela simples comparação entre pares.
O balanço entre qualidade e quantidade de dados deve
ser criticamente analisado, incluindo a análise entre o que é
necessário, e quanto isso custará. Na mesma linha, aspectos
como a não consideração dos erros envolvidos no ambiente
e no operador, e a estratégia de medição utilizada poderão
gerar dados equivocados. Dados esses que, quando misturados com a base principal, trarão resultados errados, e consequentes ajustes desnecessários – possíveis lotes comprometidos, indecisões quanto à produção, atrasos, problemas com
o produto, e o pior: problemas com os clientes.
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“A estratégia de medição é tão importante quanto o
parque de equipamentos disponível. E ainda, após a realização das medições, é necessário zelar pela integridade dos
dados medidos, e prover apoio ao desenvolvimento de
modelos computacionais que considerem a incerteza de medição em suas análises e previsões”,
explica M. Sc. André Luiz Meira de Oliveira,
arquiteto de soluções. Mestre em Metrologia
e Instrumentação, pela Universidade Federal
de Santa Catarina, atua no planejamento estratégico de soluções e projetos. |
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“Portanto, não se trata apenas de desenvolver algoritmos a partir de dados existentes. A indústria 4.0 demanda uma metrologia 4.0, capaz de fornecer a confiabilidade necessária, para processos produtivos
ágeis e assertivos. É uma ampliação da atuação do metrologista
para dentro da linha de produção, não mais restrita a laboratórios. A metrologia 4.0 necessita de um metrologista 4.0 que
atue na garantia da qualidade dos dados medidos, e na assertividade de sua análise. As vantagens advindas são muito claras,
como a redução de custos, aumento da produtividade, eliminação do operador humano, rapidez, etc.”, relata Miguel.
Como exemplo, podem citar-se as calibrações. Calibrações são procedimentos complexos, morosos e detalhados. É óbvia a vantagem que o uso de sistemas automatizados possui, com capacidade de realizar os procedimentos,
de forma ágil e padronizada, reduzindo assim custos e a
influência do processo no resultado da calibração. E os dados de calibração podem ser diretamente armazenados em
nuvem, permitindo a rápida apresentação de resultados e
análise dos dados, agregando valor ao cliente.
Miguel lembra que “calibrações automáticas se baseiam
em métodos de otimização matemáticos, estatísticos ou por
IA, para reduzir a diferença entre o valor medido e o simulado. Também demandam experiência e conhecimento de seu
operador, além de modelos altamente eficazes para o processo em questão. Têm ainda a questão do custo envolvido, não
apenas com o equipamento, mas com manutenção e treinamento. O produto da calibração para a Indústria 4.0 não será
somente a emissão de um certificado, mas sim um input de
conhecimento ao sistema produtivo, o qual ancora processos
de decisão. Para isso, os laboratórios de calibração devem se
adaptar, e as empresas devem assumir que esse conhecimento é essencial para o sucesso de suas produções”.
Dentro dos novos padrões de manufatura, alinhada aos
conceitos da Indústria 4.0, a garantia da conformidade é
necessária e mais exigida, a partir da necessidade de
processos de customização em massa, ou seja,
produtos com diferentes requisitos sendo gerados em série. Neste caso, a capacidade de controle depende diretamente da flexibilidade de
atendimento a estes novos requisitos, além da
capacidade dos sistemas de medição.
Nesta visão, novas faixas de medição podem ser exigidas, e devem ser garantidas em
nossos sistemas, além da rastreabilidade e a análise
da propagação de incertezas de medição dentro da fábrica, que se tornam fatores críticos para a qualidade final dos
produtos. Uma curva de calibração pode demonstrar maiores
incertezas em seus limites de faixa de medição; porém, esses
limites de faixa podem ser a demanda de produção daquela
personalização. Isso propagaria as incertezas de medição de
processos primários, criando resultados imprevisíveis, e comprometendo a qualidade final do produto como um todo.
Determinar claramente a estratégia de rastreabilidade,
calibrando os instrumentos de forma correta e em intervalos definidos com base em risco e criticidade, demanda
inteligência metrológica na fábrica do futuro, relata André.
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Vale lembrar que a Metrologia 4.0 inclui a integridade
dos dados coletados, ainda que “jogados” na nuvem – tema
de grande apelo atualmente. É importante que se diga que a
integridade dos dados sempre foi questão pertinente. Convencionalmente, a resposta de medidores é anotada por um
usuário em planilhas, que, depois, são transcritas para um sistema de armazenamento, seja este um sistema de arquivos
em papel, em computador ou, em dias atuais, em nuvem. |
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Interessante também mencionar que é praticamente impossível garantir a integridade dos dados armazenados onde
quer que seja – ninguém está livre de invasões de hackers.
Então, como reduzir a exposição ao risco de dados não-íntegros? Primeiramente, garantindo a correta transcrição dos
dados ao sistema de armazenamento; depois, mantendo um
sistema de banco de dados capaz de organizar e garantir esse
armazenamento. Idealmente, tal sistema deve ser redundante, para que se possam recuperar informações, em caso de
defeitos em discos rígidos e memórias. E é com base nessa
premissa que vemos o surgimento de empresas especializadas
em armazenar dados em nuvem, pois, o custo associado à
manutenção e segurança de tal sistema não é desprezível.
A evolução tecnológica acontece, e as pessoas se
adaptam a ela. É um processo acontecendo nesse momento, e todos os agentes envolvidos devem preparar-se. A
questão é que ainda não se tem a dimensão exata do que
é possível fazer com a tecnologia de hoje, ou mesmo com
a que teremos disponível, em anos próximos. O usuário
entende a mudança, e se adapta. Obviamente que mudanças na legislação são necessárias, e irão ocorrer com o
natural amadurecimento tecnológico da sociedade – nem
sempre na velocidade ideal. Então, como trabalhar o gap
entre possibilidades tecnológicas e práticas legais?
“Existem, nesse escopo, três agentes – a tecnologia, a ética e
a legislação – que interagem, se limitam e evoluem. A tecnologia
se instala, e altera a sociedade, que passa a demandar mudanças
em sua organização. O mercado vai propor mudanças, que serão recebidas e limitadas pela sociedade ou legislação. Mas, esse
é um processo moroso e que pode trazer desgastes. Portanto,
a melhor forma de lidar com a questão é com a aproximação
entre universidades, centros de pesquisa e órgãos governamentais. Propostas de alterações em normas, regulamentações e
leis devem ser desenvolvidas em parceria. Esse processo já está
ocorrendo, e deve intensificar–se, nos próximos anos. Com uma
legislação clara, empresas passam a conhecer as regras do jogo,
e podem adaptar-se e evoluir rapidamente para competir por
fatias de mercado. Então, a inovação e o empreendedorismo encontram seu espaço”, finaliza Dr. Miguel Burg Demay. |
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As experiências dos usuários com a Transformação
Digital nos processos de Metrologia |
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“Em um contexto em que a Metrologia assume um
papel cada vez mais importante dentro das organizações, a qualidade das medições pode elevar
significativamente o valor e a eficiência dos processos
e a qualidade de produtos. Newton Bastos, Gerente
de Contas da Presys, levou a Controle & Instrumentação para percorrer com ele diversas regiões do Brasil,
diversas indústrias de diferentes segmentos, além de
prestadores de serviços, para entender como a metrologia apoia o que já existe, e os novos desenvolvimentos. A ideia era entender como os profissionais estão
lidando com estas implementações, quais os bônus – e
os ônus – nesta jornada metrológica; era mostrar as experiências práticas dos usuários com a Transformação
Digital nos processos de metrologia, utilizando recursos à disposição; observar como a Transformação Digital está acontecendo, como a metrologia incorpora as
tecnologias para solucionar problemas tradicionais. Entendendo que a Transformação Digital não se relaciona
apenas com tecnologia, mas também com Estratégia,
Cultura e novas maneiras de pensar, demandando mudanças e quebrando paradigmas. |
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“De acordo com a ISA – Instrument Society of
América –, um instrumento industrial é todo dispositivo utilizado para medir, direta ou indiretamente, ou
controlar uma variável. Incluem-se aí os elementos e
sensores primários, elementos finais de controle, dispositivos computacionais, elétricos de alarme, chaves e
botoeiras. A gente precisa ter em mente que a eficiência dos processos industriais depende da qualidade da
instrumentação, da confiabilidade metrológica. Porque
a instrumentação, quando utilizada de forma criteriosa e planejada, reduz custos e aumenta produtividade, contribuindo com a qualidade e a segurança da operação.
Cada instrumento utilizado em um processo é de suma
importância, e, para garantir a qualidade e competitividade de seus produtos, segurança na operação de seus
equipamentos, é preciso adotar serviços de calibração”,
diz Rogério O. da Costa, da Fernandez Indústria de Papel, que pauta o trabalho diário unindo padrões, normas
e experiência: “Calibração é o conjunto de operações que
estabelece, sob condições especificadas, a relação entre
os valores indicados por um instrumento de medição, ou
sistema de medição, ou valores, representados por uma
medida materializada, ou um material de referência, e os
valores correspondentes das grandezas estabelecidos por
padrões, de acordo com o VIM – Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia.”
Rogério destaca que o mercado está cada vez mais
competitivo, em busca de melhoria contínua nos processos industriais, internalizando novas tecnologias. “Com
aplicação da automação na produção, e com a chegada
de novos instrumentos para controle de processo, sentimos a necessidade de uma melhor performance de nossa
equipe, na prontidão de atendimento à produção, de
maneira geral. Então, a empresa comprou calibradores de
malha LC 505, padrões de pressão PC 507, manômetros
padrões, bomba comparativa, configurador Hart FCY-15,
e o software de Gestão de Calibração, o Isoplan. Demos
início aos tagueamentos dos Instrumentos dos setores, cadastramentos, padrões, definições de criticidade, através
do TAC (time de análise crítica), envolvendo a equipe de
Instrumentação, PCM, qualidade, engenharia de processo, segurança do trabalho e meio ambiente. E o software
Isoplan nos deu total confiabilidade, segurança, conformidade, produtividade, gestão do plano, com alarme de vencimento das calibrações dos instrumentos e padrões. Com
a gestão do Plano de Calibração, enviamos nossos instrumentos de processo para prestadores de serviços de Calibração pertencentes à RBC (Rede Brasileira de Calibração)
/ Inmetro. Essa prestação do serviço é acompanhada pela
nossa equipe interna de instrumentação – que apresenta,
aos prestadores, as estratégicas de calibração de cada instrumento a ser calibrado. Após a calibração, nossa equipe
realiza uma análise dos certificados emitidos externamente – análise criteriosa para aprovação ou reprovação dos
instrumentos. Hoje, com os equipamentos adquiridos, já
realizamos algumas calibrações internamente, com nossa
equipe de instrumentação. Através da gestão do Plano de
Calibração, temos o maior controle do tempo de vida e
performance dos instrumentos de processos”, finaliza Rogério.
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| “Em virtude da crescente tendência de implementação
da indústria 4.0, cada vez mais o setor de metrologia se torna mais dinâmico, em buscas de resultados precisos, e com
maior eficiência. Para isso, temos de ter, em mãos, equipamentos modernos, que nos auxiliem e que possam executar
várias atividades, com menor intervenção humana. Então,
nós da equipe de Calibração da Schering do Brasil Química
e Farmacêutica LTDA, estamos sempre buscando novas tecnologias para reduzir tempo e ganhar praticidade em nossos processos. Desde o início deste, com a troca de nossos
padrões pela linha Advanced, foi perceptível a redução do
tempo na execução de nossas atividades, com a comunicação direta entre os padrões e sistema Isoplan. A redução de
tempo das calibrações executados pelos instrumentos e o
preenchimento de certificados pelo próprio sistema, através
de programação automática, nos dá a liberdade para executar outras tarefas”, conta Jorge Sampaio.
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| Em algumas indústrias, os custos envolvidos nos processos de medição giram em torno de 10% a 15% do
custo de produção, e a metrologia se tornou uma parte
natural – e vital – do dia-a-dia dessas organizações. E o
reconhecimento de que uma gestão metrológica eficaz
gera redução do uso de insumos e do desperdício de matérias-primas, além de uma diminuição dos retrabalhos e
devoluções, elevando a integridade nas medições, o que
gera um aumento efetivo da produtividade. |
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Muitos usuários e gestores estão investindo em metrologia avançada, dentro dos projetos de inovação. Ao
direcionar recursos financeiros em metrologia avançada,
a empresa enxerga seus processos e descobre gaps, que
podem ser origem de falhas, prejuízos, custos e retrabalho. Com a transformação digital nos processos de calibração, infraestrutura de TI, e automatizando processos
de calibração, as indústrias estão reinventando sua missão, produtos e serviços. |
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Nas indústrias de alimentos, incluir a metrologia na
totalidade da cadeia produtiva garante que a empresa tenha elevada previsibilidade, de acordo com os dados de
medições confiáveis que ela gera.
E os usuários entendem como a metrologia deve ser
adaptada a esses desafios, mantendo o seu histórico no fornecimento de confiança e segurança: com a previsibilidade
de falha, as tomadas de decisões se tornam mais eficazes e
assertivas, e os custos com correções são reduzidos. |
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Um time de Metrologia e Qualidade destacou o
foco em medir, com confiabilidade e qualidade, manter
a precisão e exatidão dos instrumentos de medição, para
assegurar a qualidade da incerteza de medição. Alguns
usuários destacaram a importância de garantir que os
instrumentos e equipamentos utilizados na medição também sejam calibrados, verificados e, se necessário, substituídos por modelos mais modernos e robustos. |
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Nas instituições que formam profissionais, fica cada
vez mais claro que a importância de não ser somente
eficiente, mas conseguir executar mais calibrações com
qualidade, em menos tempo, e com mais assertividade.
Alunos e professores focam nas Tecnologias Digitais, que
possibilitam a experimentação contínua, protótipos e
ideias testadas, implementadas e rapidamente ao alcance
dos usuários. E o trabalho em equipe multidisciplinar é valorizado desde a formação, sempre envolvendo profissionais de outros departamentos (TI – Qualidade – Engenharia – Manutenção – Produção) para o sucesso da
implementação da Metrologia Avançada. |
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Uma observação feita, principalmente por professores e gestores, é a atitude positiva, com olhar crítico e
mais analítico. Durante a formação dos profissionais da
área, se aprende que calibração requer Paciência, Confiança e Conhecimento; é preciso entender que a tecnologia tem um papel importante na mudança, mas os profissionais precisam aceitar essas mudanças – e se preparar
para lidar com elas. |
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Ficou claro que, para que haja segurança e assertividade nos processos de calibração, será necessário também
que seja comprovada a competência das pessoas e organizações. Então, é importante estimular a formação continuada, para que se entenda a calibração dos diversos
instrumentos ao longo do tempo e, então, de acordo com
os resultados, evidências e determinações legais, sugerir
melhorias e/ou alterações na frequência das calibrações. |
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Também é necessário demonstrar que as indústrias
se comportam de acordo com princípios éticos, no atendimento das necessidades do mercado e da sociedade.
O que pode indicar a necessidade de atualização da
infraestrutura de metrologia, entre outras coisas, desenvolvendo procedimentos validados para manutenção e
calibração; uma infraestrutura digital de qualidade, para
gerar certificados de calibração digitalmente, e promover
uma efetiva harmonização entre quem gera e faz serviços
metrológicos internos ou externos, e quem recebe toda
esta documentação eletrônica. |
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Alguns usuários estudam e implementam uma estrutura de informações digitais segura e padronizada, para
uso em calibração e metrologia, bem como atualização
digital de toda a documentação de calibração, em uma
infraestrutura de qualidade.
A digitalização deve encaminhar dúvidas relativas à
distribuição das calibrações, ao longo dos meses, e a necessidade de quantificar as calibrações, por mês; quando
ocorrerão picos de serviços, e quando serão necessários
mais bons prestadores de serviços; e ainda, quando haverá possibilidade de enviar os padrões para calibração. |
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Os Prestadores de Serviços estão atentos às demandas e dúvidas do setor, e estão organizando-se para este
processo de transformação digital. Todos são unânimes
na importância da utilização e entendimento dos documentos orientativos e normas, como ABNT NBR ISO/IEC
17025:2017, Guia ISO / IEC 98-4: 2012, Incerteza de medição e V.I.M – Vocabulário Internacional de Metrologia,
etc. Eles têm em mente que sempre se deve treinar, ter
zelo pelos padrões, e comprometimento com a atividade.
Todos os envolvidos – tanto prestadores de serviços
internos ou externos, e usuários de serviços metrológicos
– estão atentos à questão de segurança e validação metrológica de comunicação de dados confiável, segura e
eficiente, mesmo em cenários complexos.
Todos os usuários enxergam os calibradores como dispositivos portáteis totalmente conectados, gerando dados, direta e totalmente dentro das normas, e integrados
aos softwares, focando no Gerenciamento das Calibrações e na Gestão Metrológica, com realização de Estudo de Frequência de Calibração (Método Schumacher) /
Gráfico Tendência, e na Elaboração de Plano de Calibração, Análise Crítica, Calibração em Malha e Audit Trail
(Trilhas de Auditoria). |
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Nas indústrias em geral, as informações sobre incerteza na avaliação de conformidade estão sendo analisadas como critério de aceitação das calibrações. A norma
ISO 9001:2015, no item 7.1.5.1 (que aborda as Generalidades), estabelece que “A organização deve monitorar
e prover recursos necessários para assegurar resultados
válidos e confiáveis, quando monitoramento ou medição
for usado para verificar a conformidade de produtos e
serviços com requisitos. (...) Quando a rastreabilidade de
medição for um requisito, ou for considerada, pela organização, parte essencial da provisão da confiança (7.1.5.2
parte sobre Rastreabilidade da medição).” |
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A experiência demonstra que as equipes executam
as calibrações para garantir a qualidade dos produtos, e
não somente atender normas e requisitos. Cada instrumento calibrado tem uma função no processo. Então,
vale a pena perguntar: por que calibrar este instrumento?
Qual norma atender? Quais os critérios de aceitação para
aprovação dos certificados obtidos nas calibrações? |
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Todas as equipes entrevistadas foram categóricas, ao
afirmar que não existe uma fórmula mágica para definir
critério de aceitação. Não existe uma norma específica.
A ISO 10.012 menciona “Conhecimento do processo em
que o instrumento é utilizado” e limites de Erro Admissível, então, cada organização deve definir seu próprio Critério de Aceitação para os processos. Lembrando de que
ele não deve ser estabelecido uma única vez, e utilizado
por toda a vida útil do instrumento; rever as definições faz
parte do processo de melhoria contínua. |
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Destacou-se a necessidade de se entenderem os fundamentos da metrologia, como SI, medidas, erros, incertezas de medição, tratamento de números e resultados,
análise de certificados, elaboração de documentos, etc.
Ao dominar os conceitos e a prática, se percebe que a
calibração pode ser feita de forma individual, ou em um
conjunto de indicador mais sensor, mas, quando se calibra em separado, podem ser gerados dois ou mais certificados, com erros e incertezas individuais de cada um. |
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Então, os usuários estão percebendo que, ao calibrar
em malha, unificam o certificado, obtendo um único erro
e uma única incerteza. |
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Afabricação moderna é um esforço baseado em dados – eles vêm de toda a planta, e seu volume tem
aumentado como uma evolução natural, uma vez
que os sistemas atuais permitem uma economia considerável de tempo, e têm conectividade para permitir o monitoramento contínuo e remoto da saúde de todo o processo. Combinando todas as tecnologias disponíveis, seja
na manufatura, seja em processos contínuos, as equipes
de gerenciamento, agora, dispõem de dados, em tempo
real, para tomar decisões mais acertadas.
Os fabricantes que optam por uma medição e calibração automatizados descobrem que podem controlar
melhor os limites dos instrumentos, melhorando a repetibilidade dos processos e a qualidade da produção.
O maior obstáculo, muitas vezes, é o investimento
inicial, não apenas em equipamento, mas também em
pessoal. É importante ter em mente que a automação da
calibração pode significar algo diferente para cada usuário. Por exemplo, a metrologia automatizada pode ser tão
básica quanto instalar um acessório numa solução de medição já existente; ou tão complexo quanto uma revisão
completa do processo de fabricação.
Na indústria farmacêutica, por exemplo, o gerenciamento de risco de qualidade é um requisito regulatório
obrigatório, e os fabricantes estão atentos às diretrizes
para a instrumentação de seus processos, tais como “Validação de Processo: Princípios e Práticas Gerais”, pelo
FDA, e o Anexo 15, emitido pela EMA, oferecem informações para ajudar os fabricantes de medicamentos
a gerenciar a instrumentação corretamente. A indústria
química tem requisitos para testes de prova, de acordo
com IEC 61508 e IEC 61511, enquanto a indústria de
petróleo e gás, além das normas, deve ater-se aos acordos
contratuais, ao mesmo tempo que cumpre as diretrizes
das agências governamentais. E muitas indústrias, onde a
metrologia automatizada já está avançando, ainda mantêm nichos de métodos tradicionais. Vale lembrar que a
metrologia automatizada não reduzirá o erro de inspeção
para zero – nenhuma tecnologia pode fazer isso, porque
sempre surgirão situações não previstas. Mas, a medição
automatizada pode ajudar significativamente os fabricantes a se aproximarem de zero, versus processos manuais
– e a chave está nos dados que os sistemas automatizados
podem coletar.
Redes neurais artificiais também já são métodos de
calibração bem estabelecidos, com grandes vantagens na
modelagem de bancos de dados grandes e complexos; a
inovação é a utilização de técnicas estatísticas, que auxiliaram na busca do melhor algoritmo. A calibração ajusta os modelos matemáticos, e otimiza diversas variáveis
internas e, isto é fundamental para que nossos produtos
possam identificar o comportamento das medições, das
operações e proporcionar melhores resultados e aumentar a disponibilidade. As redes neurais artificiais são muito
eficientes, para a extração de informações quantitativas
de grandes bancos de dados, onde a não linearidade está
presente, e ainda as medições são afetadas por variações
ambientais e instrumentais. Ao se utilizarem modelos de
previsão baseados em redes neurais artificiais, abre-se a
possibilidade de lidar com problemas não lineares, e também utilizar o sistema de agrupamentos de padrões para
prever, com maior acurácia, as medições: a combinação
da inteligência artificial e um banco de dados bem estruturado oferece maior robustez, estabilidade e exatidão.
E a excelência no processo de calibração é a base deste
benefício. É a calibração com inteligência. O que tem de
mais moderno com o potencial de ajudar as empresas da
indústria de processos a alcançar transformações disruptivas, tanto em desempenho quanto na geração de valor.
Todas essas ideias se juntam, quando, depois do levantamento e categorização dos instrumentos, é preciso
definir a frequência de calibração – que vai depender,
entre outros, da natureza do que está sendo medido, da
gravidade dos impactos do processo, do tipo de instrumento, da possibilidade em se acessar um instrumento
sem desligamento completo, das normas... Considerando
o custo de cada calibração, os avanços tecnológicos facilitam, tanto a configuração, quanto a execução de um
plano de calibração. E contar com bons parceiros é sempre importante. |
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Um especialista em tecnologia de medição desenvolveu uma solução de automação universal flexível, para
o ambiente heterogêneo de teste de resistência do fabricante mundial de ferramentas elétricas STIHL. A solução
permite a implementação rápida de planos de teste de
variáveis e de alta qualidade. A interação eficiente entre o
software de automação Beckhoff TwinCAT e o LabVIEW
desempenha um papel crucial no sucesso da solução. |
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A Metroval oferece bancada móvel, para calibrações
de medidores de vazão diretamente nas instalações do
cliente, com diâmetros de 1/2” até 6”, e vazão máxima
de 90 m³/h. Essa Bancada é indicada para calibração de
medidores mássicos, eletromagnéticos, ultrassônicos, deslocamento positivo, turbinas, hidrômetros, entre outros. E
o serviço de calibração de medidores de vazão pode ser
realizado em qualquer lugar do Brasil, e possibilita calibrações com diversos líquidos. Os instrumentos são calibrados no local de operação, permitindo uma medição
com menor tempo de execução e, consequentemente, a
diminuição de custos.
A empresa oferece calibração on-shore/off-shore,
com capacidade nominal de 2 L a 2000 L, com uma capacidade de medição e calibração de 0,02% (menor incerteza oferecida). A Metroval disponibiliza 3 métodos de
calibração de provadores de volume. Seus métodos de
calibração estão baseados nas normas internacionais API
MPMS e ISO. Os laboratórios da empresa são acreditados
pela Cgcre, de acordo com a norma ABNT NBR ISO/IEC
17025, sob os números 0247 e 0582, para serviços de
calibração nos próprios endereços, nas instalações dos
clientes, ou através de instalações móveis. Esses laboratórios pertencem à Rede Brasileira de Calibração (RBC),
desde 2003, e estão capacitados para calibrar medido res de vazão de várias tecnologias de medição, tais como
deslocamento positivo, turbinas, mássicos, magnéticos,
ultrassônicos, tipo cone, além de medidores de temperatura, pressão e densidade, provadores de volume e medição dimensional, em peças diversas, como placas de
orifício e trechos retos de medição. |
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A Nova Smar investiu no desenvolvimento de um
dispositivo para calibração e verificação do transdutor
de pressão do posicionador de válvulas. É um dispositivo para calibração e verificação do transdutor de pressão, aqui referido como base do piezo, utilizado na
fabricação do posicionador eletropneumático de posicionadores. O FYCAL foi projetado para realizar a calibração da base do piezo em bancada, no ambiente da
oficina de instrumentação. É uma ferramenta indispensável para os usuários de posicionadores FY da Smar,
que tenham, como política da empresa, programas de
manutenção corretiva, preditiva, preventiva ou proativa. O FYCAL é o resultado da extensa experiência dos
profissionais da Smar, em suporte e assistência aos seus
clientes. Este produto é, sem dúvida, mais uma ferramenta para tornar o usuário autossuficiente na manutenção dos produtos Smar. |
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A Presys é uma fabricante brasileira, então não são
calibrados apenas equipamentos recebidos eventualmente, também é feita a calibração de equipamentos novos,
que estão sendo adquiridos. A empresa destaca que é
muito importante entender a questão do recebimento dos
calibradores, inspeção e testes. Todos os instrumentos recebidos, com a devida nota fiscal, são identificados com o
nome do cliente, então, ao enviar o calibrador ao laboratório, é necessário mandar junto com o equipamento um
papel com a descrição dos pontos de calibração, nome,
e-mail, telefone, e eventual dano. Após toda a identificação, são feitos os testes no equipamento, para garantir
a confiabilidade no processo de calibração. Os técnicos
avaliam o instrumento, verificam se a membrana está danificada, as faixas e escalas, para saber se o equipamento
está condizente com a condição do manual. Para fazer os
testes e a pré–calibração, os técnicos trabalham em uma
bancada com vários padrões, isso levanta a questão da
confiabilidade para executar uma boa calibração.
De acordo com o Laboratório de sinais, a questão de
identificação também vale para o de Pressão. Lembrando
de que não é indicado desmontar o calibrador da chapa,
que vai na bancada, para enviar ao laboratório, apenas
solte os quatro parafusos, e mande a chapa como um
todo, no Laboratório de Calibração, os técnicos fazem
esse trabalho de separação da chapa com o calibrador, o
que garante a qualidade no processo de calibração e no
retorno para a empresa. Os equipamentos passam por
uma área técnica apropriada, para avaliar se existe a necessidade de manutenção e reparos, após isso, começa a
etapa de testes e pré-calibração, onde são feitos os testes
de performance, reduzindo o tempo na calibração final,
em que será emitido o certificado de calibração.
Na calibração final, é utilizado um padrão de altíssima exatidão de baixa pressão, até 1.000 psi, garantindo
a confiabilidade.
Na Presys, os instrumentos são recebidos e colocados em bancadas com super termômetros, que são utilizados para calibração, por isso, é garantida a questão da
homogeneidade axial, radial e estabilidade térmica dos
banhos. No caso do banho térmico, quando recebido, é
testada a potência das resistências e, depois, é feita uma
expedição dos equipamentos, onde vai ser emitida a nota
fiscal e os cuidados com a embalagem, para chegar em
perfeito estado de funcionamento.
Em termos práticos, a calibração é uma ferramenta
básica, que busca assegurar a confiabilidade de um instrumento de medição, por meio da comparação do valor
medido com um padrão rastreado. Hoje, nos processos
e controles industriais, veem-se os avanços tecnológicos
com o advento dos microprocessadores, componentes
eletrônicos, da tecnologia de redes digitais, o uso da internet, o advento e benefícios propostos pela Indústria
4.0. etc., tudo facilitando as operações, garantindo otimização e performance dos processos, e segurança operacional. Este avanço permite que transmissores de pressão,
transmissores de temperatura, densidade, assim como os
de outras variáveis, e mesmo posicionadores de válvulas,
possam ser projetados para garantir alto desempenho em
medições e controle. As tecnologias digitais também trouxeram simplicidade de uso.
Na Vivace, todo o processo produtivo e de calibração
segue os mais rigorosos controles para garantir a qualidade, validade das medições,
incluindo calibração de equipamentos, monitoramento do
ambiente, validação técnica de
nossas metodologias, além de
ter equipe treinada e capacitada para tais atividades. A Vivace segue e aplica internamente
as normas ISO 9001:2015 e ISO/IEC 17025. E trata seus
processos de calibrações com critérios rigorosos, investindo continuamente em suas melhorias, porque seus
produtos estão inseridos no chamado mercado High
End, ou seja, de alta performance, e com características
diferenciadas. A Vivace vem, ao longo destes dois últimos anos, desenvolvendo novos processos, metodologias de calibração, assim como uma nova série de Equipamentos de Campo, e encarando a execução de suas
operações, não mais de forma linear ou isolada e, com
isso, vem passando por uma transformação tecnológica,
rumo ao próximo salto de produtividade e performance na indústria de processos. E desenvolveu poderosos
algoritmos de software com Inteligência Artificial, aliados ao nosso processo produtivo e de calibração, tudo
desenvolvido com o conceito de Automação Inteligente
de Processos, aplicando a Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquina, para ampliar o poder de nossa tecnologia, e trazer benefícios aos nossos clientes, garantindo altos níveis de qualidade,
segurança e performance aos
produtos. Desta forma os
processos de caracterização
e calibração de transmissores de pressão, nível, vazão,
densidade, concentração,
temperatura e posicionadores
permitem o próximo passo,
na melhoria de performance
da instrumentação com alta
confiabilidade, e rumo à excelência operacional: habilidades preditivas e cálculos
complexos, que proporcionam melhorias significativas
de performance nos processos de ajustes e calibração.
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A Vivace investiu para que os equipamentos
aprendam, a partir de dados, sem a necessidade de
programação explícita do usuário, e onde permitem
detecção segura, automatizada e autônoma, no tratamento de dados dos sensores, facilitando os processos
de ajustes, calibração, tratamento de falhas, etc. Possui
instrumentos com algoritmos, para facilitar a manutenção preditiva, antecipando falhas, e criando condições
aprendidas quando em operação, para maximizar o
tempo de operação, aumentando a disponibilidade até a parada programada. E, ao prevenir uma falha com um
algoritmo de aprendizado, o instrumento pode continuar a funcionar, sem interrupções desnecessárias, já
que aprendeu com excelência durante seu processo
de calibração, e mesmo em operação. Algoritmos de
aprendizado de máquina e inteligência artificial garantem a excelência da calibração. Sua performance é
maximizada com segurança, utilizando de uma análise
multivariável contínua, com algoritmos de Aprendizado Supervisionado, exclusivamente para entender intimamente o processo de medição do sensor capacitivo,
identificando tendências e padrões nos dados coletados, e garantindo o sucesso das calibrações e, consequentemente, das medições de alta performance.
A Vivace também inovou nos posicionadores de válvulas que possuem algoritmos poderosos, que são aplicados em sua calibração, teste de performance de fábrica,
em seus métodos de autocalibração, autossintonia, assim
como no controle de posição, garantindo alta performance com confiabilidade e vários diagnósticos. |
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A Yokogawa fornece soluções em instrumentos de
campo e também para calibração, ressaltando que a escolha do instrumento depende do segmento industrial,
da variável e do produto a ser medido. A empresa tem
seu Laboratório de Calibração acreditado pelo Inmetro
e trabalha com as variáveis pressão, eletricidade, tempo,
frequência e temperatura também na forma de contratos
de prestação de serviço
Uma falha na calibração pode afetar negativamente
o desempenho de todo o negócio, enquanto a calibração
muito frequente pode aumentar desnecessariamente os
custos então, manter um sistema automatizado de gerenciamento de calibração é crítico e ao mesmo tempo, depende das particularidades de cada setor. |
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