Revista Controle & Instrumentação Edição nº 254 2020
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Cover Page
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Computação cognitiva: além do que se vê |
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Existe uma grande distância, entre a velocidade
com que as tecnologias evoluem,
e a habilidade de as empresas
adotarem essas novidades com sucesso, ainda
que a maioria das empresas ao redor do
mundo já assumam que o conhecimento, o
trabalho, e mesmo a vida, estão sendo transformados
pela automação e pela inteligência
artificial – e que isso só vai aumentar. Um estudo
da Deloitte (The robots are ready) mostrou
que 53% das empresas já deu start em
projetos de robotização de sua produção, e
o levantamento previa que, para este ano
(2020), esse número chegaria a 72%. Dentro
dessa robotização de processos, a Deloitte
ressaltava as tendências para RPA – Robotic
Process Automation e R&CA – Robotic & Cognitive Automation, e a urgência em segui-las, pois,
considerava a indústria no ponto de inflexão que determinaria
os rumos – e o sucesso – dos negócios. Tanto
que considera que, num futuro próximo, não será
possível competir sem algum nível de investimento
em R&CA. Nesta oportunidade, vamos falar um pouco
mais sobre a parte ótica do R&CA, já que ela está trabalhando
há décadas na indústria, e vem se aproximando
do dia-a-dia de todos – os sistemas de visão.
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Um sistema de visão de máquina historicamente se
refere a um subconjunto de aplicações de fabricação, que
usa tecnologias de visão computacional. Desde a década
de 1980, conjuntos de câmeras, iluminação, lentes e
softwares ajudam os fabricantes a automatizar e otimizar
tarefas, baseadas na visão humana – e não é pouca coisa:
o mercado global de visão de máquina atingiu um valor
de US$ 9,9 bilhões, em 2019, devendo atingir US$ 15,7
bilhões, em 2025 – considerando aqui visão de máquina
como sistemas de visão/ótico ou visão industrial, qualquer
tecnologia usada para observar todos os tipos de processos,
através da coordenação precisa de softwares e hardwares. |
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O crescimento é melhor compreendido quando se pensa nas aplicações dos sistemas de visão: olhando para a área de alimentos e bebidas, esses sistemas são aplicados na agricultura – para monitorar o crescimento e a colheita –; no controle de qualidade de alimentos processados – como na distribuição de coberturas de pizza ou cor de produtos assados – ; no controle de remoção de contaminantes, na classificação de batatas, frutas e carnes –; no controle em tempo real do fatiar ou repartir produtos, como bacon, presunto, queijo e salsichas. A visão hiperespectral pode detectar contaminação alimentos como aves e peixes, enquanto o XRay pode detectar objetos estranhos, e tantas outras aplicações. |
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A Tesla fornece, por exemplo, Sistemas de Visão
de Máquina turn-key, com capacidade para 7 mil tampas/
horas, destinado à inspeção de tampas que contêm
câmeras e controlador de visão, em conjunto com uma
automação que posiciona e transporta o produto – a
tampa – onde é detectado se existem rebarbas, ovalização,
e ainda, se inspeciona o selo de vedação e o
lacre. |
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Uma aplicação que já está se tornando comum é
no AGV (Automated Guided Vehicle), um veículo autoguiado
com a função de carregar e transportar materiais
pelo interior de uma fábrica, depósito ou áreas de carregamento.
Guiados por demarcações no chãode-fábrica,
e uma avançada tecnologia laser, AGVs são precisos e
seguros, podendo mover-se por espaços apertados, e
manobrar com habilidade superior às mãos humanas.
Eles podem usar o escaneamento para reconhecimento
de pessoas e, assim, monitorar a presença de pessoas ou
obstáculos, parando o AGV antes de uma colisão; e a um sistema de navegação visual, ou a laser, onde o
equipamento faz a leitura do ambiente, orientando
o posicionamento do AGV, no layout.
Este modelo de navegação é um dos mais
seguros, por não precisar de infraestrutura
física, somente virtual. Estes sistemas podem
ser instalados em qualquer ambiente,
e sua infraestrutura utiliza sensores e outros
componentes para compor uma arquitetura
de automação e de segurança. Por se tratar de
elementos visuais, todos precisam de softwares específicos
para serem programados e assistidos, durante o
funcionamento. Todos estes elementos interagem entre
si. Este tipo de interação faz parte de uma inteligência
artificial, e é como se os sistemas ópticos fossem os olhos
do AGV. |
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Um sistema de visão de máquina incorpora tecnologias
que permitem a um sistema computacional identificar
e inspecionar imagens; permitem extrair dados de
imagens digitais que ajudam as empresas a reduzir custos,
aprimorar a qualidade e otimizar seus processos gerais.
Mas, não se limitam a várias câmeras submetendo o processo
a capturas e interpretações. A Cenibra, por exemplo,
utiliza vários sistemas, que vão, desde a medição das
variáveis nos processos com sensores óticos, passando
por transmissão dos dados e segurança em atendimento
as Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho
(NR), tanto na planta industrial, quanto no gerenciamento
florestal. |
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“Usamos, por exemplo, a tecnologia FTNIR para
pesquisas florestais/industriais, e ainda na identificação
e medição de variáveis e componentes da madeira e da
celulose. Os equipamentos com esta tecnologia são conectados
ao sistema de gestão de informações laboratoriais
(LIMS), e oferecem o compartilhamento dos dados
medidos com sistemas que permitem, de forma rápida,
análises estatísticas das amostras. Outra aplicação dos
sistemas óticos é para a transmissão de dados para os
sistemas de controle (redes industriais), como: Ethernet,
Ethernet IP, Modbus TCP, Modbus RTU, Profibus DP, Profinet
e outras. Muitos sensores/transmissores nos processos
usam o princípio ótico em sua de medição como,
por exemplo, os medidores de alvura, número Kappa,
residual de dióxido de cloro, concentração de sólidos,
DBO/DQO (Demanda química e bioquímica de oxigênio),
sensores de qualidade de água (turbidez e
concentração de sólidos - IR) dentre outros.
Também os sensores para NR12 usam tecnologia
ótica (infravermelho) para delimitação
de barreiras óticas de proteção aos
funcionários, caso adentrem uma área com
riscos à sua segurança”, conta Ronaldo
Neves Ribeiro gerente do Detin – Depto
de Tecnologia da Informação e Telecom da
Cenibra – Celulose Nipo Brasileira. |
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A Klabin, em seus diversos segmentos de negócios,
Florestal, Celulose, Papel e Embalagens, possui
uma ampla gama de produtos, que devem atender
inúmeros requisitos e sistemas ópticos para o controle
da qualidade, e estão entre as tecnologias aplicadas,
desde a floresta, até o controle final de qualidade dos
nossos produtos.
Na unidade de negócio Florestal, a Klabin utiliza o
sistema de mapeamento de imagens com sensores passivos,
como drones e satélites, e sensor ativo (LiDAR), desde
2017. |
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O LiDAR é um sensor baseado na emissão de pulsos
laser, podendo ser embarcado em diferentes plataformas,
como drones, aviões, helicópteros, e até mesmo
em mochilas ou dispositivos manuais. Esta aplicação é
muito importante no inventário florestal, estratificando,
de forma mais detalhada, o crescimento e características
de nossas florestas, melhorando a precisão e assertividade
das estimativas de volume, olhando o todo, e trazendo
as florestas para a tela do computador de maneira digital, em 3D. E, para trabalhar com os dados do LiDAR, são necessários
softwares que leem e interpretam informações
de arquivos nos formatos “.las” e “.laz” padrão — para
arquivos de “nuvens de pontos”, resultantes da captura
desse sensor.
Hoje, ao classificar visualmente estas imagens por
edição, em escritório, sejam de drone ou satélites, são
utilizadas ferramentas para vincular as informações de
maneira geoespacial, com a base cartográfica onde estas
informações são armazenadas em um banco SQL, e integradas
com o cadastro florestal, ou seja, conectadas ao
sistema ERP. Todas as informações geradas com o LiDAR
estão inseridas nos sistemas cartográficos e de planejamento
florestal. |
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O uso de sistemas de visão para segurança do trabalhador
virou tendência, e ampliou seu espectro: um reconhecimento
facial, para prevenir e reduzir acidentes de
trabalho, está sendo desenvolvido no Centro de Inovação
do SESI de MS, com recursos do Edital de Inovação para
a Indústria, e será implantado na Inflex, que fabrica embalagens
em Dourados/MS.
Os medidores FTNIR são utilizados há mais de uma
década, e se aplicam às áreas de pesquisa e de qualidade,
os medidores e as redes industriais em todo o
processo produtivo. O Infravermelho Próximo (NIR) se
apresenta como uma poderosa ferramenta para obtenção
de dados, por sua vasta aplicação, e por suas principais
vantagens: o grande potencial na coleta de dados,
e possibilidade de uma análise não destrutiva das amostras
(pois, a radiação NIR é suficientemente pequena, o
que faz com que a amostra não altere sua estrutura). Se
utilizados recursos de transmissão de dados do tipo fibras
óticas, por exemplo, tornam as análises a distâncias
mais simples e livres de vibração, e descartam a presença
de pessoas em ambientes de riscos ou tóxicos. A
Transformada de Fourier é uma aliada do NIR, pois, tem
como função básica decompor ou separar um sinal de
diferentes frequências, com suas respectivas amplitudes.
A junção destas duas técnicas forma a tecnologia FTNIR
(Fourier Transform Near Infrared), e os espectrômetros
com essa tecnologia são usados, há mais de 20 anos,
para monitorar processos em diversas indústrias, como
a química onde podem ser aplicados, desde a síntese
de polímeros, até o monitoramento dos processos de
refino. Na indústria alimentícia, espectrômetros FTNIR
são capazes de fornecer informações sobre identidade,
conformidade e composição química quantitativa do
material, nos vários estágios de produção. |
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“Sistemas de visão são o conjunto de equipamentos
que permitem uma máquina ver e interpretar o que está
acontecendo em uma linha, são os olhos da máquina, e
permitem a inspeção e verificação de qualidade da produção
em 100%, e em alta velocidade. Podem ser aplicados
na inspeção de qualquer característica visual e dimensional,
sendo bastante utilizados na inspeção de
presença e ausência de componentes,
análise visual da integridade de produto
ou embalagem, leitura de caracteres
(OCV/OCR), códigos 1D e 2D,
inspeção construtiva de componentes,
como solda e conexões, análise
dimensional 2D e 3D, dentre outros”,
explica Gustavo Baumgarten,
gerente geral e especialista em IA da
Pollux. |
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A unidade de Papel da Klabin lida com diversas
normas internacionais, principalmente nas aplicações
de papel-cartão, que são utilizadas em embalagens para
líquidos, como leite, vinho e sucos, por exemplo, que
requerem um controle de qualidade rigoroso. Nas máquinas
de Papel cartão, a Klabin vem utilizando sistemas
ópticos para controle de qualidade, desde o final dos
anos 1990, os WIS (Web Inspection System), compostos
por câmeras industriais com alta resolução de 8K (7680 x
4320 pixels), ligadas a um robusto servidor que, através de
cálculos analíticos complexos, conseguem, com base nas
imagens capturadas, identificar e classificar cada tipo de
defeito. A precisão da sua identificação dependerá, mas
não se limitará, a fatores como a velocidade da máquina
de papel, o número de câmeras instalada, algoritmo
utilizado e retroalimentação de informações no sistema.
Mas, de nada adianta identificar e classificar os defeitos,
se isso não se transformar em uma ação automatizada de
correção. Dessa forma, o WIS é conectado ao sistema
de controle principal da máquina de papel. Importante também que as informações estejam interligadas às geradas
pelos sistemas LIMS (Laboratory Information Management
System) e PIMS (Plant Information Management
System), possibilitando um gerenciamento eficiente da
qualidade do papel. A comunicação utilizada para troca
de dados entre os sistemas citados é o OPC-DA. |
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Não menos importante que o Papel cartão, os papéis
Kraft e Sack Kraft necessitam de um alto controle de
qualidade em sua produção. Os papéis Kraft são utilizados
nas embalagens de papelão ondulado, que precisam
oferecer resistência às mais diversas condições de armazenamento
e transporte, como ambientes úmidos e com
baixa temperatura, garantindo a integridade da mercadoria,
até o destino final. Os papéis Sack Kraft, empregados
em sacos industriais, precisam atender alguns fatores,
como a resistência, a porosidade, a elasticidade, um ótimo
acabamento e qualidade de impressão. Para atender
essas demandas de qualidade e as normas internacionais,
as máquinas de papel Kraft e papel Sack Kraft possuem
também sistemas ópticos para controle de qualidade, o
sistema WIS, integrados ao sistema de controle principal
da máquina e sistemas auxiliares. De forma semelhante,
o sistema WIS integra o controle final de qualidade do
processo de fabricação de celulose.
A Klabin também utiliza sistemas ópticos para controle
de qualidade nas cortadeiras, que trabalham com papel
cartão, e nas impressoras, que trabalham com papel Sack
Kraft para a produção de sacos industriais. Em ambos os
casos, um defeito identificado pelo sistema de visão é rapidamente
processado e, através de braço mecânico, a
chapa de papel é expulsa do fluxo de produção.
Vale lembrar que, enquanto a visão humana é ideal
para a interpretação qualitativa de uma cena complexa
e não estruturada, a visão de máquina se destaca na medição
quantitativa de uma cena estruturada, catalisada
por sua velocidade, precisão e repetibilidade; também
ajudam a prevenir a contaminação humana de salas limpas,
e protege os trabalhadores de ambientes que podem
ser perigosos. Os olhos humanos respondem aos
comprimentos de onda eletromagnéticos de 390 a 770
nanômetros, enquanto as câmeras de vídeo podem detectar
comprimentos de onda muito mais amplos do que
isso, com alguns sistemas de visão de máquina funcionando
nos comprimentos de onda infravermelho, ultravioleta
ou raio-X.
Como as tecnologias dos sistemas de visão vêm evoluindo,
se inserem de maneira natural nas fábricas inteligentes,
e na miniaturização de sistemas. Se existe um
problema, é que esses sistemas de visão precisam ser utilizados
no seu ponto ideal, para garantir um bom funcionamento
pós-implementação – e, consequentemente, é
necessário também ter proficiência nessa execução, uma
habilidade que muitos profissionais ainda não possuem. |
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A visão de máquina já faz parte da manufatura, principalmente,
ao fornecer recursos de inspeção automatizada
dos procedimentos de Controle de Qualidade. Mas, o
mundo está cada vez mais complexo. Indústria 4.0, Internet
das Coisas (IoT), computação em nuvem, inteligência
artificial, aprendizado de máquina, e muitas outras tecnologias
apresentam desafios na seleção do sistema ideal
para cada aplicação. E isso inclui tecnologias de imagem;
sensores; visão embutida; deep learning e machine learning;
interfaces de robô; transmissão de dados e recursos
de processamento de imagem, e outras cada vez mais
inusitadas, como, imagens hiperespectrais, que podem
fornecer informações sobre a composição química dos
materiais que estão sendo fotografados. |
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“Mas, diferentemente de Sistemas
de Visão de Máquina, Sistemas
de Visão Computacional na
indústria é algo mais recente,
bem como seu emprego na
indústria 4.0”, ressalta Alexandre
Salles, Diretor Técnico da
Tesla automação industrial, que
define sistemas de visão computacional
como uma tecnologia para
construção de sistemas artificiais, que
obtêm informações de imagens que podem conter informações
em duas ou três dimensões. “Tudo isso é concebido
para tentar replicar partes da visão humana, de tal forma
a identificar e reconhecer características de objetos em
uma cena. E as aplicações desta tecnologia são abrangentes.
Em contraste com os sistemas de visão de máquina, os
modernos sistemas de visão computacional são mais flexíveis.
E, mais do que processar informações estruturadas
em ambientes controlados, têm uma capacidade aprimorada
de funcionar em cenários, semi ou não estruturados.
E não estão limitados a processos automatizados e repetitivos;
os sistemas de visão computacional da indústria 4.0 estão mais aptos a
trabalhar com os operadores,
respondendo
às suas ações, e permitindo
novas formas
de interação humanodigital”. |
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Gustavo ressalta
que a infraestrutura
para utilizar sistemas
de visão varia de
acordo com o porte
da aplicação. Leitores
podem ser utilizados sozinhos para leitura de códigos;
aplicações de inspeção, utilizando a tecnologia de smart
câmeras, envolvem a programação do equipamento, utilizando
um software que acompanha o dispositivo; aplicações
mais complexas podem necessitar, além da câmera,
um computador para o processamento das imagens e,
neste caso, são necessários softwares que analisem e processem
imagens, utilizando a tecnologia de inteligência
artificial. “Todas as aplicações contam com sistema de iluminação,
componente fundamental para o sucesso de um
sistema de visão. Também é necessário, na área de controle
de qualidade, o trabalho em conjunto com um sistema
de rejeição, ou seja, ao visualizar um defeito no material
em linha, a câmera, em comunicação com um CLP que
traga embutido um sistema de rejeição, irá identificar a
não conformidade do produto, e enviar um sinal para que
o mesmo seja rejeitado. Então, na maioria das aplicações,
esses sistemas estão interconectados. O sistema de visão é
capaz de efetuar o processamento da imagem e entregar
um resultado, mas, para efetuar a leitura da peça, ela precisa
estar posicionada na linha, e o resultado precisa ser
tratado. Esta integração é feita por uma máquina ou com a
linha do cliente. De qualquer forma, o sistema precisa ser
conectado com diferentes níveis da máquina, para efetuar
a inspeção. O sistema de visão também pode ser conectado
com braços robotizados e outros tipos de robô, que
aumentam a flexibilidade da solução”, explica.
Alexandre ressalta que, antes de especificar um sistema
de visão, é bom consultar se não existem sensores
especializados para solução do problema, porque atualmente
o mercado de sensores especiais é muito amplo, e
pode ser que exista um equipamento com custo melhor
para solucionar um problema. “Se a decisão for pelo sistema
de visão, alguns pontos devem ser considerados antes
da implantação, como saber quantas inspeções são necessárias
por segundo nessa linha? Com qual rapidez as peças
se movimentam na linha? Qual o tamanho da área de
inspeção? Qual o nível de precisão será necessário? Será
preciso identificar cores? Quais ações se desejam executar
com base nos resultados da inspeção?” |
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Um robô com sistema de visão, por exemplo, pode
realizar múltiplas inspeções por um período muito longo,
de forma mais confiável, eficiente e produtiva que os
métodos tradicionais. A tecnologia de dar olhos aos robôs
é chamada de BinPicking, e é basicamente um sistema
VGR, que permite selecionar e extrair peças empilhadas
aleatoriamente em uma caixa (container), utilizando um
sistema de visão artificial para o reconhecimento e a localização,
bem como um sistema robótico para a extração e
a sua posterior realocação.
Os sistemas VGR (Robótica Guiada por Visão) proporcionam
um maior grau de liberdade à robótica, dispensando
a necessidade de trabalhar em ambientes prédefinidos
e indexados. Quando um robô trabalha sem
um sistema de visão associado, o meio de trabalho deve
ser fixo, o robô deve se movimentar sempre a uma posição
pré-determinada, sendo assim, nos vemos obrigados
a utilizar sistemas de posicionamento muito precisos, dos
objetos a serem manipulados, para que o robô se dirija
exatamente onde deve ir. |
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“Os VGR são muitos flexíveis, e permitem determinar
com extrema precisão a posição de qualquer objeto
no espaço, podendo definir cada um dos pontos em um
espaço 3D, e dirigindo o robô até ao ponto preciso, onde
irá realizar o trabalho. Imagine uma caixa com milhares
de peças empilhadas de forma totalmente desordenada,
onde o operador pega essas peças de forma manual, e
as coloca em uma determinada máquina, esteira etc. Este
trabalho, além de repetitivo, pode gerar diversos problemas
ergométricos ao operador. Os sistemas de BinPicking
fazem este trabalho de forma automática, 24x7, utilizando
a sinergia das tecnologias robóticas e de
visão artificial, onde as câmeras passam
a trabalhar como os olhos dos
robôs, dando-lhes as posições
precisas para a pega das peças,
com total segurança e livre de
colisões,” explica Eric Gustavo ,
diretor da Infaimon no Brasil. |
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O BinPicking já é uma realidade
no mercado mundial, e a demanda
no Brasil vem crescendo. Segundo
Eric, nos próximos dois anos, 68% dos robôs vendidos
no mundo, devem trabalhar com um sistema de visão,
guiando e corrigindo seus movimentos. |
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TwinCAT Vision |
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Como uma tecnologia cada vez mais demandada
nos dias atuais, os sistemas de visão se fazem necessários
para diversas aplicações, como inspeções de todos
os tipos: medição, presença de peças, identificação de
defeitos, leitura de QR-Code, sincronia de eixos, entre
outras. |
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Entretanto, muitas vezes, a implementação de um
sistema de visão esbarra em dificuldades, e o preço pode
ser apontado como
uma das principais,
pois, geralmente, são
sistemas dedicados,
constituídos por componentes
e softwares
caros. Outra dificuldade
é que esses sistemas,
muitas vezes, demandam
treinamento
específico, ou seja,
projetos de visão não
poderiam ser desenvolvidos
pelas mesmas
pessoas que normalmente
desenvolvem a
aplicação da parte de
automação.
Pensando nisso, e
no fato de que as aplicações
de máquinas
demandarão cada vez mais essa tecnologia, a Beckhoff
desenvolveu o TwinCAT Vision, um software que permite
agregar, de forma bastante simples, os sistemas de
visão ao TwinCAT, e programá-lo através das mesmas linguagens
em que se programa o TwinCAT PLC, abrindo
assim o leque de pessoas que estão aptas a programar
esses sistemas, e reduzindo a equipe necessária, além
de permitir que os profissionais
de automação ganhem
mais domínio sobre o que
desenvolvem. Do ponto de
vista de manutenção, por
exemplo, caso ocorra algum
problema com o sistema de
visão, não é necessário deslocar
uma segunda equipe
para verificá-lo, tornando
assim, toda a solução, mais
eficiente e prática.
O sistema de visão,
utilizando controle baseado
em PC, pode apresentar
vantagens extremamente
competitivas, como uma redução de custo significativa,
em relação a outros sistemas dedicados, e com uso das
chamadas “Smart Cameras”, afinal, o custo de uma câmera
Gigabit Ethernet é muito inferior ao de uma câmera
inteligente, além disso, a redução de custo se dá
também devido ao sistema que irá controlar a parte de
visão ser o mesmo a fazer a automação da máquina, já
que se trata de um hardware baseado em PC de alta capacidade,
e extremamente
poderoso.
O TwinCAT Vision
ainda agrega
muita tecnologia,
permitindo verificar
imagens complexas e
utilizar com máxima
eficácia a capacidade
de processamento da
CPU, principalmente
com processadores
de múltiplos núcleos,
fazendo com que o
tratamento de várias
regiões da imagem
seja feito em paralelo,
por diferentes núcleos
do processador.
Os sistemas de
visão deverão aumentar
rapidamente a sua penetração no mercado, alcançando
um percentual considerável das máquinas, num
futuro próximo, e entrando em processos que hoje não
são utilizados. E o TwinCAT Vision, incorporado no controle
baseado em PC, tende a ser muito vantajoso para
usuários que buscam aliar custo baixo com praticidade,
eficiência e poder de processamento. |
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