Revista Controle & Instrumentação Edição nº 221 2016
|
|
¤
CASE
|
Dakol em nova sede própria
aposta em crescimento |
|
|
Em fevereiro de 2015, a tecnologia permitiu recuperar,
em apenas 10 segundos, 9.463 clientes de um total
de 9.756 atingidos por uma queda de energia na rede de
distribuição de São Luís (MA) |
|
Necessidade
A melhoria da eficiência operacional e dos indicadores
de continuidade, viabilizada pelos investimentos
em automação de equipamentos de manobra na rede
de média tensão, fez com que o número desses dispositivos
crescesse significativamente nas distribuidoras
de energia elétrica nos últimos anos. Tal aumento
tem possibilitado realizar um grande conjunto de ações
de controle em segundos, dispensando a necessidade
de deslocamento das equipes de campo, uma vez que
tudo pode ser efetuado via o próprio centro de operação
de tempo real.
A consolidação desses sistemas, bem como a melhoria
da qualidade e confiabilidade dos meios de comunicação
têm motivado as distribuidoras a buscarem
novas soluções, a fim de se tornarem ainda mais eficientes
e competitivas. Caso da Companhia Energética
do Maranhão – Cemar que, desde dezembro de 2014,
vem utilizando o sistema centralizado de Self-healing
desenvolvido pela Elipse Software em parceria com a
PowerSysLab.
O módulo Self-healing foi implementado com os
equipamentos localizados na cidade de São Luis (MA),
em uma região urbana, onde foram instalados 55 novos
religadores e aproveitadas algumas chaves seccionadoras
já existentes no parque da companhia, abrangendo 19
alimentadores e sete subestações, sendo necessário, em
certas situações, reposicioná-los. A instalação dos equipamentos
(chaves, religadores e alimentadores) foi realizada
de acordo com suas específicas áreas de pré-operação
em três circuitos, levando em consideração critérios de
manobra e divisão de cargas.
Com a tecnologia, a Cemar vem obtendo melhorias
importantes nos indicadores de continuidade da região
atendida pelo Self-healing, uma vez que consegue calcular
e executar automaticamente o melhor conjunto de manobras
a serem realizadas junto à rede para reduzir, ao máximo,
o número de cargas atingidas por desligamentos. |
|
|
Figura 1 - alimenradores |
|
Solução
O módulo Self-healing utiliza algoritmos como os de
Fluxo de Potência e Processamento Topológico para identificar
o melhor conjunto de manobras a ser realizado remotamente,
priorizando restabelecer a maior carga possível
de forma segura e estável. A sequência de atuação do seu
sistema é iniciada mediante a detecção de qualquer evento
de restabelecimento ou sobrecarga nos equipamentos de
campo. Uma vez detectado o evento, o módulo pesquisa
sequências de manobras que respeitem os limites operacionais
da rede, buscando restabelecer a maior carga possível
através do menor número de manobras, simplificando a
operação e evitando a degradação dos ativos.
Tão logo é identificada a manobra a ser executada,
o módulo realiza a adequação do grupo de
ajuste de proteção de cada equipamento para então
realizar os comandos de abertura e fechamento nos
equipamentos selecionados. O módulo faz diversas
verificações para assegurar a qualidade das informações
consideradas. No caso de haver inconsistências
no estado atual ou pré-falta da rede de distribuição,
o tratamento é abortado.
Cada equipamento possui uma medida que informa
sua disponibilidade para participar de uma solução
ou gerar um evento de recomposição. Além disso, os
eventos de reestabelecimento e sobrecarga são configuráveis
para assegurar que só ocorrerão no momento
mais oportuno como, por exemplo, ao fim do ciclo de
religamento de um equipamento de proteção ou um
determinado tempo após ser detectada uma sobrecarga.
O fluxograma simplificado do Self-healing é apresentado
na figura 2. |
|
|
|
Integração Scada/GIS/OMS
Um grande diferencial desta ferramenta é a sua capacidade
de integração com os sistemas GIS (Geographic
Information System) e OMS (Outage Management System).
Esta integração permite utilizar o modelo elétrico
já existente na empresa, bem como obter o estado atual
de chaves sem telecontrole. Para isto, a tecnologia inicialmente
realiza a leitura, via driver de importação GIS,
das informações cadastrais referentes aos equipamentos
da rede elétrica, a fim de identificar seus nomes, siglas,
posições geográficas, conectividades, fases e limites operacionais.
A figura abaixo apresenta o modelo elétrico de
um alimentador importado pelo Elipse Power. |
|
|
|
A partir do modelo elétrico importado, um módulo
de esquematização de rede gera diagramas simplificados
de operação, onde é possível identificar os equipamentos
com recurso de telecontrole que podem ser manobrados
pelo módulo de Self-healing. As chaves sem supervisão
(atualizadas pelo OMS), capazes de alterar o estado topológico
do sistema e influenciar na tomada de decisão
automática, também são destacadas nesta tela. |
|
|
|
Ao ser executado, o módulo de Self-healing faz as atualizações
das medidas provenientes das chaves, disjuntores
e religadores supervisionados na estrutura de dados CIM
(IEC 61970 – Common Information Model) para então
monitorar as condições operacionais da rede e agir quando
necessário. O fluxograma das informações monitoradas
pela plataforma da Elipse, bem como sua integração com
os sistemas GIS e OMS são ilustrados na figura 5. |
|
|
|
Atuação real do módulo
No dia 3 de fevereiro deste ano (2015), o sistema
de Self-healing teve sua primeira atuação concluída
com sucesso, onde, após a atuação permanente
da proteção do disjuntor 11C1 (Alimentador
1), da subestação IAQ (Itaqui), devido a uma árvore
na rede, o dispositivo finalizou seu ciclo de religamento
e foi a lockout. Isto fez com que a tecnologia
atuasse de modo a isolar o trecho entre o disjuntor
da subestação 11C1 e o religador do poste 2752239,
recuperando a zona desenergizada via o alimentador
11C5 (Alimentador 5), também pertencente à subestação
IAQ.
Nesta ocorrência, 9.463 clientes, de um total de
9.756 do Alimentador 1, foram recuperados, concluindo
toda a operação em 10 segundos. Vale observar
que o Self-healing levou apenas 132 ms para
calcular a sequência de manobra a ser executada, o
comando de abertura do religador 2752239 levou 5
segundos para receber sua confirmação e o comando
de fechamento do religador 0016659 demorou mais 5
segundos. Em suma, o sistema levou apenas 10 segundos,
no total, para isolar a falta e recompor o circuito
desenergizado. |
|
|
|
Além do grande ganho no tempo de recuperação
parcial das cargas, a ferramenta potencializou os recursos
de operação e manutenção, já que o controlador
despachante de tempo real se ocupou em enviar as
equipes de plantão para percorrerem apenas o trecho
entre a subestação IAQ e o religador de poste 2752239
com defeito.
Benefícios
Neste case, foram apresentadas as características
da rede de distribuição de média tensão (13,8KV) da
Cemar, destacando a capacidade de recomposição
automática obtida através do módulo de Self-healing.
Para Ronnie Santiago Loureiro, executivo de automação
da companhia, a aplicação desta tecnologia em
um sistema centralizado e integrado às plataformas
de geo-referenciamento e operação aumentou significativamente
a confiabilidade e disponibilidade do
sistema.
Um software que, segundo o executivo, chegou
para agregar uma nova filosofia ao centro de operações,
facilitando o controle de modo a dar espaço
inclusive para a realização de outras atividades
como o envio de equipes aos locais ainda defeituosos.
Desse modo, a solução potencializa os recursos
de manutenção e diminui o tempo de reparo das
ocorrências.
“Um ganho notável do projeto foi a constante validação
e sistematização do cadastro dos elementos no
sistema de geo-referenciamento com o campo, tornando
as informações mais confiáveis, uma vez que, não
sendo validado o cadastro, o Self-healing não funcionará
plenamente. Além disso, a coordenação da proteção
e a possibilidade de realizar manobras em tempo
real representaram um avanço na operação da rede”,
completou ele.
Os principais benefícios proporcionados por
esta tecnologia da Elipse à Cemar foram:
- Recomposição segura e estável da maior carga possível
em um intervalo inferior a 3 minutos, resultando
em melhorias nos indicadores de duração e frequência
(DEC e FEC);
- Ao considerar eventos de sobrecarga, a solução
permite que desligamentos sejam evitados, proporcionando
também melhorias nos indicadores
de duração e frequência (DEC e FEC);
- Pelo fato de não utilizar lógicas de scripts para
calcular as manobras, a solução foi de rápida implantação,
apresentando baixo custo de manutenção;
- Foram integrados uma série de equipamentos, de diferentes
fabricantes, como seccionadoras e religadores
Nu-lec, Tavrida e os disjuntores das subestações
controlados por IEDs fabricados pela Schweitzer, preservando
os investimentos já feitos na automação da
rede.
Ficha técnica
Cliente: Companhia Energética do Maranhão: Cemar
Pacote Elipse utilizado: Elipse Power ADMS, Elipse Power
Diagram e Elipse Power Self-healing
Número de pontos de I/O: 200.000
Driver de comunicação: DNP 3
|
|
|
|
|
|
|
|
LEIA MAIS
NA EDIÇÃO IMPRESSA |
|
DESEJANDO
MAIS INFORMAÇÕES: redacao@editoravalete.com.br
|
|
|
Clique na capa da revista para
ler a edição na íntegra |
|
|