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uando se fala em aquisição de dados
logo surge um nome à mente, SCADA Supervisory Control
and Data Aquisition. Esses sistemas incluem funções
como supervisão e controle de processos locais ou remotos.
Os sistemas SCADA são basicamente um complexo emaranhado
de computadores, aplicativos, dispositivos e sensores interligados
numa rede de comunicação e geralmente possuem uma
unidade central de processamento e estações remotas
que trocam informações entre si, além de um
elemento intermediário, como um CLP ou uma ponte (com tecnologia
fieldbus). E mais o operador que interage com esse sistema através
de uma IHM, atualizada em tempo real pelos dados enviados pelas
remotas.
De arquiteturas fechadas e impenetráveis, os sistemas de
aquisição de dados, hoje, são centrados na
conectividade entre instrumentos e sites, entre sites e Intranets
corporativas e mesmo com a Internet. E essa conectividade que torna
um sistema SCADA tão atraente, torna-o também, muito
vulnerável. Porque os problemas de segurança antes
restritos aos departamentos de tecnologia de informação,
passaram a ser um fator crítico nos ambientes industriais.
A segurança dos sistemas SCADA necessariamente tem mais de
um viés já que, além da segurança própria
de redes de comunicação, com seus firewalls e senhas,
os procedimentos devem garantir que mesmo falhas na segurança
não coloquem o processo e a planta em risco. Então,
vale lembrar algumas palavras desse contexto: confiabilidade
garantia de que os sistemas e seus componentes realizarão
as funções para as quais foram projetados; integridade
garantia de que a informação é autêntica
e completa; confidencialidade garantia de que as informações
só são acessíveis a pessoas autorizadas; disponibilidade
garantia de que a informação estará
acessível quando solicitada. A quebra de um desses pontos
coloca a segurança do sistema sob suspeita.
O professor Paulo Sérgio Motta Pires, da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte, publicou um trabalho minucioso sobre esse
tema na edição de maio de 2005 da Controle & Instrumentação.
Não está no artigo mas o professor já pesquisa
aplicações de sistemas SCADA em outros ambientes que
não o Windows, como o Linux, por exemplo. A equipe da Elipse
também possui propostas para o Linux e para um Java atuando
como servidor Web dentro de um PLC, por exemplo.
Desenvolvimentos
Então, dependendo do tipo de indústria, a aquisição
de dados pode significar diferentes coisas, para diferentes pessoas.
Ou seja, uma parte associa diretamente a sistemas SCADA o
que implica aquisição de dados de lugares remotos
por telefone, rádio, microondas, etc. Para o pessoal da manufatura,
aquisição de dados é parte do sistema de controle.
Para um executivo, é saber, em tempo real, o status da produção,
o inventário, a programação de fabricação,
etc.
No começo deste ano, o Grupo Reed Research realizou, em conjunto
com a Control Engineering, uma pesquisa sobre aquisição
de dados levando todas as diferentes visões em consideração.
A grande maioria das respostas relacionava a aquisição
de dados a sistemas SCADA, seguido por diagnósticos.
Pela pesquisa, os principais fornecedores de sistemas de aquisição
de dados eram Rockwell Automation, National Instruments e GE Fanuc,
seguidos de perto pela Opto 22. Como a pesquisa fixou-se no mercado
norte americano, pudemos sentir alguma diferença entre os
usuários contatados aqui no Brasil, de diversos setores industriais.
Alguns buscam suas próprias soluções, muitos
citaram novas tecnologias de outras empresas que não aquelas
da pesquisa americana. Mas, quanto ao suporte de comunicação,
as posições parecem mais próximas: os preferidos
são Ethernet TCP/IP, RS-232, RS-485 e todos os tipos de Modbus.
Um em cada cinco usuários já utiliza wireless (IEEE
802.11).
O Excel, preferido até começo dos anos 2000, deu lugar
aos pacotes comerciais e sistemas MES. E a arquitetura Windows toma
quase toda a preferência, com exceção de pequenas
experiências com Linux, e algo ainda em Sun e mesmo DOS.
Na pesquisa americana, as principais funções esperadas
dos sistemas de aquisição de dados foram data logging
(93%) e controle e simulação (91%). E, seguindo esse
resultado, foi interessante verificar que a maioria dos pesquisados
(60%) espera coletar aproximadamente mil variáveis por minuto
enquanto o restante vive a expectativa por dezenas de milhares de
variáveis por minuto. A plataforma de hardware preferida
continua sendo o PLC seguido por aquelas baseadas em PC.
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