Revista Controle & Instrumentação – Edição nº 113 – Fevereiro de 2006
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Busca por calibração é crescente

Bastos: instrumentos auto-calibravéis não seguem uma referência

A calibração dos instrumentos de medição é imprescindível pra o bom funcionamento do equipamento. Não é à toa que a demanda por esta atividade técnica vêem crescendo nos últimos anos, resultado da preocupação das indústrias com o controle dos processos de produção e conseqüentemente com a qualidade dos produtos.

O primeiro passo da calibração é identificar os equipamentos e sistemas que irão fazer parte do plano de calibração. É necessário também, fazer um levantamento das tolerâncias dos processos ou das melhores capacidades de medição, assim como, determinar a periodicidade da confirmação metrológica a ser adotada.

Ligado à Secretaria da Ciência e Tecnologia, o IPT – instituição centenária do Governo do Estado de São Paulo – através do Centro de Metrologia Mecânica e Elétrica do Instituto de Pesquisas Tecnológicos realiza cerca de cinco mil calibrações-ano. “Estamos com muita solicitação de calibração, infelizmente não conseguimos atender a todos os nossos clientes no prazo que gostaríamos”, relata a diretora do IPT, Marisa Ferraz, que presta serviços de calibração no Brasil e pra países vizinhos, como Argentina, Paraguai, Uruguai, Colômbia.

Segundo o pesquisador do IPT e da equipe de Marisa, Manuel Castanho, os laboratórios brasileiros de calibração vem se atualizando tecnologicamente e equipara-se aos de países desenvolvidos. “Mantemos reuniões periódicas com outros laboratórios acreditados pela RBC (Rede Brasileira de Calibração) e também com Inmetro, onde discutimos questões técnicas, dificuldades, tendências e harmonização de calibração”, afirma Castanho.

Os serviços de calibração e de ensaio contribuem com uma parcela significativa no faturamento total do IPT. O Centro de Metrologia Mecânica e Elétrica é responsável também pela rastreabilidade da maioria dos instrumentos/equipamentos utilizados em ensaios e calibrações nos demais laboratórios do IPT.

Para este ano, o IPT está instituindo a nova versão da norma de qualidade laboratorial, a ISO 17025:2005. Este requisito é essencial para o laboratório ser acreditado pela Rede Brasileira de Calibração e Inmetro.

Instrumentos auto-calibráveis e eletrônica na calibração

Segundo o engenheiro de aplicação da Presys, Newton Bastos, instrumentos que se dizem auto-calibráveis não seguem os requisitos metrológicos da calibração. “Os instrumentos auto-calibráveis não seguem uma referência, não têm padrões. A auto-calibração pode ser considerada um auto ajuste, porque calibrar é comparar com um padrão certificado”, afirma Bastos.

O diretor da Conaut, Ricardo Fuchs, partilha da mesma opinião do engenheiro da Presys. Segundo Fuchs, o termo auto-calibrável não é válido como uma calibração, pois o procedimento não teria uma referência especifica. “O fato é que em alguns casos, a auto-calibração funciona como uma simples verificação se o instrumento está bom ou não para o uso. Ele realiza um simples auto-diagnóstico”.

Em relação ao uso de recursos computacionais na calibração, Bastos afirma que a eletrônica está presente em softwares que permitem uma automatização da calibração.

“A idéia é explorar a automatização da calibração, porque proporciona ao cliente através dos softwares de calibração, levar os padrões em campo e analisar os números de maneira eficaz com artigos eletrônicos”, comenta Bastos.

 


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