Revista Controle & Instrumentação Edição nº 261 2021
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Robôs: mercado em crescimento |
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Os robôs fornecem vantagens competitivas para
as indústrias, e vêm sendo aplicados em quase
todos os setores, em diversos segmentos, principalmente
porque podem realizar cada ciclo de trabalho
de maneira semelhante, nunca se distraem, nem se cansam,
melhoram a segurança, evitam peças descartadas,
podem trabalhar em locais perigosos e, mais recentemente,
lado a lado com o ser humano – os cobots ou robôs
colaborativos –, uma das tendências apontadas pela IFR
– International Federation of Robotics.
A Federação vê como realidade, em futuro próximo,
os robôs aprendendo novos truques, com softwares de
inteligência artificial (AI), em combinação com outros sistemas
de detecção, como visão e olfato, por exemplo,
permitindo que os robôs dominem tarefas difíceis; robôs
trabalhando em fábricas inteligentes, em todas as linhas
de montagem, e interagindo com outros robôs como veículos
autônomos guiados, ou robôs móveis autônomos
(AMRs) – com as mais recentes tecnologias de navegação,
esses robôs móveis são mais flexíveis, em comparação
com as linhas de produção tradicionais; robôs em setores
da manufatura que se automatizaram recentemente;
robôs reduzindo a pegada de carbono, por serem mais
eficientes em termos de energia e mais precisos, e ainda
ajudando na produção econômica de equipamentos de
energia renovável, como células fotovoltaicas, ou células
a combustível de hidrogênio.
Os robôs já possibilitam aos fabricantes a oportunidade
de repensar a logística e o abastecimento, com mais
flexibilidade. E eles estão em muitas outras aplicações,
pensadas a partir das necessidades da saúde, do distanciamento
social e vacinação demandadas pela pandemia.
A densidade média de robôs na indústria de manufatura
atingiu um novo recorde global, de 113 unidades
por 10.000 funcionários. Por regiões, a Europa Ocidental
(225 unidades) e os países da Europa Nórdica (204
unidades) têm a produção mais automatizada, seguidos
pela América do Norte (153 unidades) e Sudeste Asiático
(119 unidades). Os 10 principais países mais automatizados
do mundo são: Singapura (1), Coreia do Sul
(2), Japão (3), Alemanha (4), Suécia (5), Dinamarca (6),
Hong Kong (7), Taipei Chinês (8), EUA (9) e Bélgica e
Luxemburgo (10). Isso, segundo as últimas estatísticas da
World Robotics, publicadas pela International Federation
of Robotics (IFR).
O relatório World Robotics 2020 da IFR (ano base
2019) mostra um recorde de 2,7 milhões de robôs industriais,
operando em fábricas em todo o mundo e,
ainda que as vendas de novos robôs permanecem altas,
com 373.000 unidades globalmente, em 2019, isso é
12% menos, em comparação com 2018, mas ainda assim
o terceiro maior volume de vendas já registrado. A
IFR aponta que o número de robôs industriais, operando
em fábricas ao redor do mundo hoje, é o mais alto da
história: impulsionado pelo sucesso da produção inteligente,
esse número cresceu cerca de 85%, em cinco
anos (2014-2019). A IFR acredita que a recente desaceleração
nas vendas em 12% reflete os tempos difíceis,
que as duas principais indústrias usuárias, automotiva e
elétrica/eletrônica, enfrentam.
A Ásia continua sendo o mercado mais forte para os
robôs industriais – a parcela de robôs recém-instalados
na Ásia foi de cerca de dois terços do fornecimento global:
a China aumentou 21%, e atingiu cerca de 783.000
unidades, em 2019; o Japão ocupa o segundo lugar,
com cerca de 355.000 unidades – mais 12%; a Índia
teve novo recorde de cerca de 26.300 unidades – mais
15% – o que significa que, em cinco anos, ela dobrou o
número de robôs industriais operando no país. Vale destacar
que, na China, 71% dos novos robôs foi enviada de
fornecedores estrangeiros, que acabam sendo mais afetados
pela queda dos negócios na indústria automotiva
chinesa do que os fornecedores nacionais.
A Europa atingiu um estoque operacional de
580.000 unidades, em 2019 – mais 7% – e a Alemanha
continua sendo o principal usuário, com cerca de
221.500 unidades – isso é cerca de três vezes o estoque
da Itália (74.400 unidades), cinco vezes o estoque da
França (42.000 unidades), e quase dez vezes o estoque
do Reino Unido (21.700 unidades). Os EUA são o maior
usuário de robôs industriais nas Américas, atingindo
um novo recorde de estoque operacional, de cerca de
293.200 unidades – um aumento de 7% –, sendo seguido
pelo México, com 40.300 unidades, o que representa
um acréscimo de 11%, e pelo Canadá, com cerca de
28.600 unidades – mais 2%. A maioria dos robôs dos
EUA são importados do Japão e da Europa. E, embora
não existam muitos fabricantes de robôs na América do
Norte, existem vários integradores de sistemas
robóticos. Na América do Sul o
Brasil é o maior usuário, com quase
15,3 mil unidades – mais 8%. |
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Edouard Mekhalian, do Grupo
de Trabalho de Manufatura Avançada
da Abimaq – Associação Brasileira
da Indústria de Máquinas e Equipamentos
–, e diretor da Kuka Roboter
do Brasil Ltda, lembra que a classificação e a definição de robôs seguem as determinações da IFR.
“Com os dados da IFR – International Federation of Robotics
– de 2020, o Brasil contava com 15 robôs por 10.000
trabalhadores, em chão-de-fábrica, em 2019. Este número,
porém, não reflete a realidade, pois, com os níveis de
desemprego acima de 14%, na verdade esta relação é
pior. Todos os levantamentos dos “campeões mundiais”
dessa estatística, possuem níveis de desemprego bem
mais baixos, entre 4% a 6%, no pior caso. Assim, se levarmos
em conta a melhora da economia brasileira, e se os
“%s” de desemprego no Brasil chegassem a esses níveis,
este número no Brasil seria algo em torno de 10 robôs por
10.000 trabalhadores, em chão-de-fábrica. De qualquer
forma, os números brasileiros são ruins nas
estáticas da IFR de 2019, e os números
de 2020 devem estar disponíveis em
meados de maio deste ano”.. |
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O professor Reinaldo Bianchi,
do departamento de Engenharia de
Robôs da FEI, ressalta que os robôs
podem ser classificados seguindo diversas
taxonomias. “A mais comum é
classificar os robôs entre robôs manipuladores
industriais (aqueles braços mecânicos
que conhecemos bem e que efetuam trabalho nas indústrias),
e robôs de serviço (geralmente robôs móveis utilizados
para limpeza de grandes áreas industriais, limpeza de
casas, transporte de equipamentos dentro da empresa).
Outra maneira de classificar os robôs é quanto à sua forma.
Aí, temos os robôs fixos (com os braços mecânicos),
os robôs móveis (que podem ser baseados em rodas), em
pernas, como os robôs humanoides, e até mesmo os carros
autônomos, que utilizam toda a tecnologia da robótica
móvel. Também temos os robôs submarinos (muito
usados no setor de óleo e gás), e os aéreos – os drones,
que também utilizam as técnicas de robótica móvel, para
se localizar e se mover em todo o mundo. Os robôs ainda
podem ser classificados quanto à sua autonomia de
decisão: aqueles robôs industriais, os braços mecânicos,
possuem muito pouca capacidade de decisão, eles apenas
repetem um programa. Por outro lado, as pesquisas de
inteligência artificial aplicada à robótica nos levam a robôs
autônomos para diversas tarefas, como um robô para
ajudar nas tarefas domésticas, ou mesmo robôs que jogam
futebol de maneira autônoma, sem o controle de uma pessoa.
E os robôs colaborativos são uma nova tendência na
automação, são robôs que trabalham fora de uma célula
de montagem, e interagem muito mais proximamente com
seres humanos”. |
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A ABNT define Robô de acordo com a norma ISO/
IEC 2382 (Information technology — Vocabulary): dispositivo
mecânico, geralmente programável, projetado para
realizar tarefas de manipulação ou locomoção, sob controle
automático; Robô industrial, segundo a ABNT NBR
ISO 10218-1:2018, é um manipulador multifuncional
reprogramável, automaticamente controlado, programável
em três ou mais eixos, que pode ser fixo no local, ou
móvel para uso em aplicações de automação industrial;
e destaca que o termo Cobot vem sendo utilizado
para designar robôs que, em ambiente de trabalho,
interagem com humanos. Porém, outro termo encontrado
é robô colaborativo que, de acordo com
a ISO 8373:2012, ainda não adotada pela ABNT, é
um robô projetado para interação direta com um humano,
dentro de um espaço de trabalho colaborativo
definido. A norma ISO 15066:2016 (Robots and robotic
devices – Collaborative robots), ainda não adotada pela
ABNT, é a norma que especifica os requisitos de segurança
para sistemas de robôs industriais colaborativos e
o ambiente de trabalho, e complementa os requisitos e
orientações sobre a operação colaborativa de robôs industriais
dados em ABNT NBR ISO 10218-1 e ABNT NBR
ISO 10218-2. |
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Edouard Mekhalian ressalta que “todos eles são robôs
industriais, mas temos: os convencionais, que são os
antropomórficos, como braços robóticos, cuja gama é
enorme, com capacidades de carga variando, de 3kg, até
1,3 toneladas, raios de alcance variados, de 500 mm até
3,7 m, para trabalhar em posição horizontal, ou de piso,
de parede, a 90°, de teto, ou a 180°, “shelf mounted”,
e também alguns modelos que podem ser instalados em
qualquer posição. Estes robôs são robustos, rápidos, precisos,
e, em geral, precisam estar confinados em espaços
de acesso restrito, protegidos por grades de segurança e
sistemas de segurança, segundo normas vigentes. Já os cobots,
ou os robôs sensíveis e colaborativos, são em sua
grande maioria de pequeno porte, baixo raio de alcance, e
desenvolvidos para aplicações específicas de apoio, ou de
complementação de tarefas humanas, de modo a realizar
os trabalhos repetitivos de forma segura, ao lado de operadores treinados, e deixando a estes as tarefas de maior valor agregado e de menor risco de LER. Os robôs sensíveis
e colaborativos da KUKA, da família LBR iiwa (inteligent
industrial work assistence), possuem características únicas
de sensibilidade, permitindo a estes realizarem tarefas
complexas de montagens, testes e de manuseio em geral.
Cobots e robôs/braços devem conviver porque cada um
tem seus respectivos usos e particularidades, e em raros
casos poderão ocorrer substituições de uns pelos outros,
mas tudo depende da aplicação”.
Os cobots podem, ou não, demandar maior capacidade
computacional para lidar com as informações em
tempo real, pois, seus controladores e respectivos firmwares
foram desenvolvidos para lidar com uma maior
demanda de informações e sinais, sem criar qualquer
problema de utilização, ou aplicação em tempo real. Vai
depender muito do tipo de robô. Quando se pensa em
uma linha de montagem completamente automatizada,
precisa-se de muita infraestrutura, espaço, energia e conectividade
para robotizar a linha toda. Por outro lado, ao
se pensar em um robô colaborativo, ele pode ser inserido
no local de trabalho de uma pessoa, trabalhando com outras
pessoas, sem tanta infraestrutura.
O Professor Bianchi conta que, para conseguir trabalhar
com os cobots, é preciso conhecer teoria de controle,
pois, eles precisam ter um controle bastante apurado sobre
o seu movimento, para não colidir com o ser humano,
ou outras peças da área de trabalho; ele precisa ser mais
cuidadoso, mais seguro. Além disso, é de fundamental
importância o estudo das tecnologias de interface humano-
robôs, que é uma das disciplinas da grade curricular
do curso de engenharia de robôs da FEI. A disciplina de
interação entre humanos e máquinas ou humanos e robôs
estuda toda parte de interação, desde interface com usuário,
que facilitem o trabalho em conjunto, até qual a melhor
maneira de um robô se aproximar de um ser humano. |
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Um bom exemplo de como esse estudo, essa programação,
é necessária, pode ser encontrada na Volkswagen,
onde as pessoas trabalham lado a lado com robôs, em
suas diversas fábricas espalhadas pelo mundo. Na fábrica
de Wolfsburg, um especialista em robótica do Smart Production
Lab programa o software para essas aplicações.
Cada vez mais sensores estão sendo instalados em robôs,
o que requer um novo tipo de programação, e apresenta
alguns desafios para os responsáveis pela TO/TI. Um robô
programado para o trabalho na linha de montagem identifica
os motores por conta própria – sejam de combustão,
GTI, TDI, etc. – e executa sua tarefa com velocidade e
precisão. E, ainda mais importante, se um de seus colegas
humanos chegar perto demais, ele registra esse fato, e fica
mais lento – a segurança é a maior prioridade. |
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A equipe do Laboratório de Produção Inteligente da
Volkswagen de Wolfsburg desenvolveu as funções de um
robô de forma que possam ser usadas para aplicações adicionais.
A função de aparafusamento, por exemplo, é um
dos módulos de habilidade programados. Isso torna possível
uma ampla gama de funções, como entregar peças
pesadas ou ferramentas às pessoas, independentemente
ou sob comando – e a ergonomia nunca é esquecida.
Esse Laboratório possui uma equipe com especialistas
em TI – principalmente cientistas da computação, mas
também engenheiros industriais e especialistas em negócios
– e seu trabalho se concentra em tecnologias inteligentes,
utilizadas na produção, sempre sob a perspectiva
do desenvolvimento de software, com tópicos como a Internet
das Coisas, e veículos autônomos para aplicações
de intralogística.
A equipe do Smart Production Lab de Wolfsburg trabalhou
no MIRCO – Mobile Intelligent Robotic CoWorker
– um protótipo de robô de dois braços em uma plataforma
móvel, para poder agarrar componentes pesados. A
equipe de Wolfsburg lembra que, para programar robôs,
é preciso muita imaginação, muita paciência e também é
preciso ser bom em abstração. |
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A FEI, por exemplo, ensina seus alunos a lidar com
os robôs com aulas teóricas, que fundamentam o conhecimento
necessário, e com muitos laboratórios e aulas práticas, em diversos laboratórios de robótica. “Temos um
laboratório de manipuladores robóticos, onde possuímos
um manipulador robótico industrial da Yaskawa, com o
respectivo software, que permite aos alunos vivenciarem
o trabalho de programação e desenvolvimento de aplicações
de manipulação robótica. Outro laboratório possui
três robôs manipuladores da Kuka, utilizado em aulas de
engenharia de produção, para os alunos compreenderem o
funcionamento das linhas de montagem, que utilizam automação
flexível. Temos uma célula de montagem com mais
um robô Kuka, utilizada para o aprendizado nas disciplinas
de organização da produção. E possuímos uma grande
quantidade de kits de robôs móveis da VeX, para os alunos
do terceiro semestre aprenderem a construção dos robôs,
programação dos móveis e desenvolvimento de aplicações
para robótica de serviços. E ainda laboratórios de pesquisa,
nos quais temos diversos outros tipos de robôs, como
robôs humanoides e robôs assistentes pessoais, como a
Hera. Além disso, possuímos diversos programas de simulação
de robôs, como o Webots, o Copellia e o TecnoMatix
Process Simulate, todos utilizados pelas grandes indústrias,
do mundo todo,” conta o professor Bianchi. |
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Apesar do golpe que o mercado de robôs colaborativos
sofreu em 2020, seu tamanho potencial ainda é grande, e
a chave para um maior crescimento está em se infiltrar em
novos cenários de aplicação (tanto de manufatura como
de não manufatura), e em avanços tecnológicos: a análise
da Interact prevê que as receitas anuais dos cobots chegarão
a US$ 1,94 bilhão, em 2028, representando 15,7% do
mercado total de robôs. A Interact prevê que cobots <5kg
e 5-9 kg ainda serão responsáveis pela maioria das vendas,
em 2024, com um total de 80,3% de participação nas
receitas, e 85,1% nas remessas. Em aplicações industriais
e áreas não-manufatureiras, questões de segurança, velocidade,
precisão e custo significam que modelos menores
de carga útil são mais competitivos. Os cobots de 10-20
kg têm visto um aumento na demanda das indústrias de
logística e plásticos e borracha.
A principal barreira para cobots de carga útil maiores é que a velocidade de
operação deve ser reduzida, para permitir um funcionamento seguro perto de
humanos – sensores adicionais, algoritmos de software e periféricos podem ser
adicionados para melhorar a velocidade e a segurança desses robôs maiores, mas
isso tem um custo geral mais alto. |
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Os avanços
tecnológicos
possibilitaram
que ser humano
e robôs trabalhassem
no mesmo
espaço e, em
muitos casos, em
contato direto.
Aqui no Brasil,
foi preciso mudar
a norma NR-
12, para que os cobots pudessem ser aplicados sem problemas – é um mercado
novo, que responde por apenas 4,8% dos robôs industriais instalados em 2019,
segundo a IFR. Vale lembrar que muitos estão usando outras tecnologias, como
sensores e capas de robô, para permitir aplicações colaborativas – e esse nicho não
entra nas estatísticas da IFR, mas há uma forte indicação de aplicativos robóticos
colaborativos resultantes de makers. |
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“De fato, a NR12 sofreu revisões e atualizações, que a colocaram em linha
com os standards aplicados pelo
mundo. E foi uma vitória, porque
os robôs impactam a indústria,
desde o seu surgimento, há
mais de 42 anos. Todos os países
que aplicaram robôs colheram,
colhem e colherão ganhos
com produtividade, qualidade e
competividade contínua. E, importante,
o fizeram sem grandes
problemas de desemprego e/ou
com subempregos. Ao contrário,
puderam lograr criar melhores e mais bem pagos empregos. A Abimaq percebe que
o uso de robôs no Brasil ainda é incipiente, mas com grandes possibilidades de crescimento,
na aplicação em vários setores. Os robôs são um dos pilares da construção
e desenvolvimento da Indústria 4.0. E qualquer desenvolvimento tecnológico em
manufatura necessita essencial e prioritariamente de Mercado! Havendo mercado,
havendo demanda, havendo crescimento econômico e capacidade de renda,
consumo e poupança das famílias, todo e qualquer desenvolvimento industrial irá
ser muito bem-vindo, e trará retorno. Com a robótica industrial, não é diferente. A
infraestrutura, em grande parte, já existe, o que falta é mão-de-obra especializada,
e os motivos para os empresários poderem investir em produção, em manufatura:
mercado!”, pontua Edouard Mekhalian.
A ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – lembra que a especificação
da NR 12 é de que as normas ABNT NBR ISO 10218 e a ISO/TS devem ser
seguidas para sistemas robóticos, são a “chancela” oficial da permissão de uso de
robôs, especificamente os colaborativos, em operação próximo a pessoas.
“O grande problema é que a maioria das aplicações com robôs colaborativos
ignora especificações extremamente importantes desses documentos e, assim, expõem
as pessoas a altos riscos”, comenta a ABNT/CEE-199 – Comissão de Estudo
Especial de Sistemas Integrados para Robôs Industriais – atualmente em recesso,
mas que tem como âmbito de atuação a normalização no campo de sistemas integrados para robôs industriais,
compreendendo padronização,
construção e utilização dos sistemas
robotizados para manufatura,
bem como critérios de automação
e segurança de operação e manutenção.
A Comissão fez publicar duas
Normas Brasileiras sobre adoção
da ISO, de seu ISO/TC 299 – Robotics:
a ABNT NBR ISO 10218-
1:2018 – Robôs e dispositivos
robóticos — Requisitos de segurança para robôs industriais,
Parte 1: Robôs (publicada em 17.05.2018): que especifica
os requisitos e orientações para o projeto seguro,
medidas de proteção e informações de uso inerentes aos
robôs industriais, e descreve os perigos básicos associados
a robôs, e provê requisitos para eliminar ou reduzir
adequadamente os riscos associados a esses perigos; e a
ABNT NBR ISO 10218-2:2018 – Robôs e dispositivos robóticos
— Requisitos de segurança para robôs industriais,
Parte 2: Sistemas robotizados e integração (publicada em
17.05.2018) – que especifica os requisitos de segurança
para a integração de robôs industriais e sistemas robotizados
industriais, conforme definido na ABNT NBR ISO
10218-1, e células robotizadas. |
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A IFR é referência, mas é bom ter em mente o padrão
de segurança para projetos de robôs móveis da RIA
– Robotic Industries Association, parte da Association for
Advancing Automation (A3), o ANSI / RIA R15.08-1-2020
– Padrão Nacional Americano para Robôs Móveis Industriais
– Requisitos de Segurança – Parte 1: Requisitos para
Robôs Móveis Industriais – fornece requisitos técnicos
para o projeto de robôs móveis industriais, para apoiar a
segurança das pessoas que trabalham nas proximidades
eles. Centenas de voluntários e especialistas da indústria
forneceram informações, durante o processo de desenvolvimento
do padrão. Segundo a RIA, o R15.08 Parte
1 é um primeiro passo, em direção a diretrizes comuns
neste setor crescente da robótica. O Comitê R15.08 já
começou a trabalhar Parte 2, que cobrirá os requisitos de
segurança para a implantação de robôs móveis industriais
ou frotas de robôs.
Os cobots são relativamente novos, e o conceito de
colaboração por si só não atrai investidores. Mas, eles
evoluíram de um produto conceitual para um produto
estratégico, e são objetos de desejo no campo de serviços
e, com o aprofundamento da visão de máquina e
do aprendizado de máquina, a aplicação de robôs em
educação, assistência médica, logística, catering, varejo e
outras indústrias de serviços também está aumentando.
“A amplificação do uso e aplicação de robôs industriais
já é totalmente disponível em vários ambientes de
softwares e de simulação virtual. Estes são agregados tecnológicos,
que auxiliam as empresas de engenharia de
integração a proverem soluções para o mercado. Outros
são os de monitoramento remoto
e manutenção preditiva, de otimização
de movimentos e ciclos, de
cálculos de esforços e cargas, etc
...”, ressalta Edouard.
O professor Bianchi pontua
que hoje se usa muito a palavra
robôs para softwares, que na verdade
são apenas programas de
computadores que utilizam técnicas
de automação e de inteligência
artificial. “Robôs de investimento,
por exemplo, nada mais são do que algoritmos,
que permitem a compra e venda de ativos no mercado
financeiro. Os sistemas RPA (Robotic Process Automation)
também são programas que utilizam algoritmos para realizar
a automação de processos de escritório. Na FEI, este
tipo de robô é estudado profundamente nos cursos de engenharia
elétrica e ciência da computação. Uma base teórica
formal em computação, em automação, e inteligência
artificial permitem aos alunos trabalharem em qualquer
tipo de robô de software que seja necessário.”
Segundo a pesquisa da Deloitte “Automation with
Intelligence”, de 2019, 73% das empresas apontaram o
aumento de produtividade como um dos três principais
benefícios esperados de um projeto de RPA, seguido pela
redução de custo, que ficou em segundo lugar, com 60%
– as organizações com iniciativas consolidadas para automação
reportaram um aumento de receita de 8%, e uma
redução de custos de 24%. O Robotic Process Automation
(RPA) pode unir vários sistemas e interfaces diferentes. E,
se implementado de forma eficaz, pode liberar a força de
trabalho para se concentrar em atividades mais estratégicas
ou tarefas com foco no cliente. Pela análise da Deloitte,
as organizações não apenas vão continuar a usar RPA,
mas vão aumentar a implantação de sistemas inteligentes
automatizados: 58% dos pesquisados apenas iniciaram
sua jornada para o trabalho inteligente. Mas vale dizer
que se o RPA traz grandes e óbvios benefícios, também
tem limitações, já que os bots só podem seguir processos
baseados em regras lógicas; eles não veem padrões nos
dados ou extraem significado de imagens, texto ou fala.
O software RPA é programado para processar funções,
como registro, faturamento ou transferência de dados,
sem entender a lógica por trás deles.
Mas, implementando soluções de última geração,
como AI para tornar as automações mais inteligentes,
as organizações estão buscando aumentar o valor dessa
aposta e, configurado desta forma, o software RPA agrega
e processa dados, sob a direção de tecnologias mais
inteligentes: quando a inteligência artificial completa sua
função nos dados brutos, o RPA envia as respostas para
os destinos pré-estabelecidos. Então, a força da automação
inteligente vem à tona, quando combina tecnologias,
nesse caso, RPA com AI, para permitir que se vá da rotina
para o inovador. |
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A ABB desenvolveu uma célula robótica colaborativa
inédita para a área de paletização das fábricas de chocolate
da Nestlé, no Brasil. Utilizando um robô industrial e
a tecnologia SafeMove2, a solução foi capaz de melhorar
a produtividade do processo de paletização em 53%, reduzir
os custos de manutenção, e contribuir para uma
operação mais ágil e eficiente. |
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Adrian Covi, gerente da Robótica
para o segmento de Alimentos
e Bebidas da ABB
conta que a Nestlé já possui
uma grande quantidade de
robôs ABB, em suas diversas
plantas, em uma parceria iniciada
há mais de uma década
no Brasil. “A solução com o robô
IRB660 e a tecnologia SafeMove já
foi replicada por outras plantas da Nestlé, seguindo
o mesmo conceito e modelos de robôs. Além disso, a
ABB possui uma linha completa de robôs, que possibilitam
o desenvolvimento das mais diversas atividades e
aplicações, desde o colaborativo Yumi, até os maiores
e mais robustos”. |
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Os robôs utilizados nessa célula robótica são robôs
industriais de médio e grande porte que, contando
com o opcional SafeMove, aliado a sensores de
segurança, garantem uma solução colaborativa, com
toda a segurança e eficiência de uma solução mais
tradicional.
“A Nestlé apresentou à ABB as suas necessidades,
nos desafiando a encontrar uma solução compacta, robusta,
eficiente e segura para atender suas necessidade
e limitações impostas para esse projeto. Baseados nesses
requisitos, desenvolvemos a solução apresentada,
que atingiu um ótimo resultado, sendo replicado em
13 células similares nas plantas produtivas da Nestlé,
e outras que entrarão em operação em breve. Destaque-
se que todas as soluções desenvolvidas pela ABB
têm como base os requerimentos da NR-12. As soluções
apresentadas nos cases, não só atendem aos requisitos
da NR-12, como foram laudadas por
empresa especializada nesse serviço,
para atestar o atendimento à
norma”, frisa Adrian. |
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Michey Piavantinha, Diretor
de Fábrica da Nestlé Caçapava,
destaca a importância da
parceria com a ABB Robótica:
“Graças à parceria com a ABB, é
possível desenvolver soluções que
tornam nosso processo de fabricação
mais ágil e eficiente, garantindo que nossos produtos
continuem tendo o mesmo padrão de qualidade
e excelência, que fazem a marca Nestlé ter sucesso.
Alcançamos ótimos resultados, reduzindo custos de
manutenção, aumentando a produtividade da linha
em 53%, reduzindo as perdas e a necessidade de retrabalho
manual, e a célula já está preparada para a
possibilidade de um aumento na capacidade de produção
futura”. |
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O SafeMove2 conta com várias funções de segurança,
incluindo limites de velocidade de segurança,
monitoramento de parada segura e supervisão de posição
e orientação. Sensores instalados na célula detectam
os movimentos do operador, conforme ele se
aproxima do robô: se um operador estiver na zona
‘verde’, o robô se moverá normalmente; ao entrar
na zona ‘amarela’, o robô desacelera e restringe seus
movimentos, para diminuir o risco de contato acidental
com o operador; se o operador se move para a zona
vermelha, o robô pára completamente, com monitoramento
de segurança, reiniciando apenas depois que a
zona estiver liberada.
Essa abordagem de velocidade e separação habilitada
elimina a necessidade de muitos dos componentes
exigidos por uma célula de robô padrão, como cercas,
interruptores de segurança, portas e chaves de acesso,
para garantir a separação entre robô e equipe. Com
isso, exige uma área entre 30% e 40% menor, em comparação
com as células anteriores. As células robóticas
tradicionais também precisam de uma instalação mais
complexa, exigindo uma maior quantidade de cabos,
por exemplo. Nessa nova formatação, tudo isso é removido,
permitindo que a célula entre em operação dentro
de uma semana, em comparação com as duas a três semanas
necessárias anteriormente, dependendo do tipo
de equipamento.
E a ABB, em busca constante de melhorias, aumentou
seu portfólio de robôs colaborativos, com as
novas famílias de cobot GoFa e SWIFTI, oferecendo
cargas e velocidades mais altas, para completar a linha
de cobots, juntamente com o YuMi e Single Arm
YuMi. Mais fortes, rápidos e capazes, os novos cobots
foram projetados intuitivamente para que os usuários
não precisem depender de especialistas em programação.
Isso permitirá a adesão da robótica nas indústrias
que possuem baixos níveis de automação, com clientes
sendo capazes de operar seu cobot, poucos minutos
após a instalação, direto da caixa, sem nenhum treinamento
especializado. |
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“Os usuários familiarizados com a operação de
um tablet ou smartphone serão capazes de programar
e reprogramar os novos cobots com facilidade,
usando as ferramentas de configuração rápida da ABB,
especialmente o software Wizard Easy Programming,
para programação do robô industrial IRB 1100, que
permite que usuários de robótica iniciantes introduzam
automação em suas linhas de produção, sem a necessidade
de habilidades de programação ou qualquer conhecimento
de código RAPID. Baseado em blocos gráficos simples, o Wizard Easy
Programming torna mais
fácil, para não-especialistas,
automatizar
suas aplicações. Os
blocos representam
ações como ‘mover
para o local’, ‘pegar
um objeto’ e ‘repetir movimentos’,
tornando mais
fácil e intuitivo construir uma s é -
rie de processos simples para o robô realizar.
Também existem funções para tratamento de
erros, permitindo que programadores novatos
resolvam problemas, como colisões”, contou
Andie Zhang, gerente global de produto/robôs
colaborativos da ABB, durante o lançamento
dos novos cobots. |
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Com a programação do Wizard Easy, um
robô pode ser instalado, e começar a funcionar
em minutos. O processo de programação
é reduzido a simplesmente arrastar e
soltar o bloco necessário no controlador ABB
FlexPendant, permitindo ao usuário ver os
resultados imediatamente – essa programação
pode ser feita diretamente com ajustes
no robô. Ao vincular esses blocos, programas
completos podem ser construídos para aplicações
como carregamento de máquinas ou
montagens, sem a necessidade de qualquer
conhecimento de linguagens de programação
de robôs. |
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Robôs e NR-12 |
No ordenamento jurídico brasileiro, a Norma Regulamentadora
n° 12 (NR-12) – Segurança no Trabalho em
Máquinas e Equipamentos –, editada originalmente em
1978, pela Portaria MTb n° 3.214, regulamenta os artigos
184 a 186 da Consolidação das Leis do Trabalho. Em
2010, com a participação de trabalhadores, empregadores
e governo, a norma foi alterada substancialmente.
Já em 2019, constatou-se a necessidade de uma nova
revisão do texto da norma, mais ampla, para a incorporação
de conceitos expressos em notas técnicas, simplificação
dos procedimentos de gestão, e continuação do
alinhamento da norma com os avanços tecnológicos e
normativos internacionais. Assim, o texto da nova revisão
da NR-12 foi aprovado, inicialmente por consenso, no
âmbito da Comissão Nacional Tripartite Temática – CNTT
da referida Norma. Em seguida, foi encaminhado à Comissão
Tripartite Paritária Permanente – CTPP, instância
superior de discussão de normas regulamentadoras de segurança
e saúde no trabalho, onde também foi aprovado
mediante consenso, na 5ª reunião extraordinária, realizada
no dia 7 de maio de 2019, e publicada no Diário
Oficial da União, por meio da Portaria n.º 916/2019, da
Secretaria Especial de Previdência e Trabalho.
Essas alterações na NR-12, aprovadas em 2019, incorporam
conceitos antes presentes em notas técnicas,
reduzindo a insegurança jurídica de determinadas situações.
Acrescenta, por exemplo, em seu primeiro capítulo,
dispositivo que indica que, se uma máquina atender a
norma técnica europeia harmonizada tipo C, a mesma
está em conformidade com a NR-12. Ademais, inclui
itens para recepcionar os avanços previstos para as máquinas
da indústria 4.0 e sistemas robóticos. O texto da
NR-12 inclui item que explicita a possibilidade da utilização
de alternativas técnicas, previstas em normas técnicas
oficiais, para adequação de máquinas.
Com essa revisão da NR-12, o normativo brasileiro
se alinhou aos parâmetros normativos internacionais, sem
trazer nenhum prejuízo para os trabalhadores, tanto que
foi aprovada integralmente por consenso.
Conforme item 12.1.12 da NR-12, “Os sistemas robóticos
que obedeçam às prescrições das normas ABNT
ISO 10218-1, ABNT ISO 10218-2, da ISO/TS 15066 e
demais normas técnicas oficiais ou, na ausência ou omissão
destas, nas normas internacionais aplicáveis, estão em
conformidade com os requisitos de segurança previstos
nessa NR”.
Portanto, os sistemas robóticos tradicionais e sistemas
robóticos colaborativos, que já atendiam ao disposto nas
normas ISO 10218-1/2006, ISO 10218-2/2011 e ISO/TS
15066/2016, não sofreram qualquer impacto da NR-12.
Sistemas robóticos que não atendiam às mencionadas
normas tiveram e têm que ser adequados à NR-12, como
todas as outras máquinas e equipamentos, respeitadas as
normas técnicas vigentes à sua data de fabricação, importação
ou adequação.
Importante esclarecer que a NR-12 nunca restringiu
a utilização de robôs colaborativos – compreendidos
como um sistema robótico projetado para desempenhar
uma operação colaborativa em um espaço de trabalho
colaborativo: a Portaria SEPRT n.º 916, de 30 de julho
de 2019, apenas explicitou a necessidade de observância
das prescrições das normas ABNT ISO 10218-1, ABNT
ISO 10218-2, da ISO/TS 15066, e demais normas técnicas
oficiais. Em atendimento às demandas de processos
que requerem a intervenção humana frequente, e não
são atendidas pelos robôs tradicionais, o surgimento dos
robôs colaborativos permitiu combinar o desempenho e
a performance dos robôs com a destreza e as habilidades
dos seres humanos em um espaço de trabalho colaborativo,
com segurança. Isto não quer dizer que os sistemas
robóticos colaborativos sejam “melhores” do que os sistemas
robóticos tradicionais, ou que vão substituí-los por
completo. As exigências e características do processo produtivo
são as que definirão a melhor alternativa.
Nos sistemas robóticos colaborativos, os operadores
podem trabalhar próximos aos robôs, enquanto seus atuadores
(normalmente servomotores) estão com energia
disponível. Em um espaço de trabalho colaborativo, portanto,
o contato físico entre operador e robô pode eventualmente
ocorrer, desde que seja de forma segura, nos
termos das normas e especificação técnica mencionadas,
o que não é possível com os sistemas robóticos tradicionais.
Em tais operações, a integridade das partes de sistemas
de controle relacionadas à segurança (de que tratam
as normas ABNT NBR 14153 e ISO 13849, Partes 1 e 2)
é de fundamental importância, particularmente quando
parâmetros de processo, como posição, velocidade e força,
estão sendo controlados.
A ISO/TS 15066 define quatro métodos de operação
colaborativa: parada monitorada segura; guia manual;
monitoramento de velocidade e separação; limitação de
energia e força. A depender do método utilizado, devem
ser adotadas medidas de proteção, para prevenir pessoas
de acessarem um perigo, ou para controlá-lo, trazendo-o
para um estado seguro (por exemplo, parando o movimento
do robô, ou limitando sua força e velocidade). Tais
medidas de proteção incluem: a instalação de proteções
fixas e/ou móveis, dispositivos detectores de presença
(por exemplo, cortinas de luz e “scanners”), redução da
velocidade e alcance, uso de dispositivo de ação continuada
para o movimento guiado do robô, e sistemas de
limitação de energia e força.
Alguns dos modelos de robôs colaborativos, os “cobots”,
possuem limitação de energia e força, para que não
excedam os valores limite para contatos quase-estáticos e
transientes com pessoas, conforme a ISO/TS 15066, e podem, considerados os riscos
também das ferramentas utilizadas
e peças trabalhadas, não
necessitar de qualquer proteção
física ou dispositivo detector
de presença em seu entorno.
Esses cobots são equipados
com sistemas de detecção de
pessoas (por exemplo, sensores
de carga e medição de corrente
elétrica dos atuadores), que
param o movimento do robô,
quando detectam o contato
com o operador ou algum objeto,
sendo desenhados com
superfícies suaves e formas
arredondadas, que os permite
espalhar e dispersar a energia
de um impacto, e prevenir o
aprisionamento de partes do
corpo humano.
A convivência simultânea
de robôs em aplicações
colaborativas e seres humanos
só pode acontecer, se
assim for indicado por uma
apreciação de riscos ampla,
realizada conforme especificado
na norma ABNT NBR
ISO 12100, considerados
os parâmetros da ISO/TS
15066.
É igualmente importante
ressaltar que as soluções de
segurança devem também
ser especificadas, a partir da
realização de uma apropriada
apreciação de riscos, observando
a referida norma
(ABNT NBR ISO 12100).
As estimativas dos efeitos
potenciais da nova redação
da NR-12 sobre a produção
industrial brasileira, elaboradas
pela Secretaria de Política
Econômica, vinculada ao Ministério
da Economia indicam
que a redução de custos para
o agregado da indústria poderá
atingir R$ 43,4 bilhões, resultando
em aumento, entre
0,5% e 1%, na produção industrial,
e em torno de 0,1%
no PIB; podendo gerar até 55
mil postos de trabalho. |
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