Revista Controle & Instrumentação Edição nº 236 2018
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Cover Page
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Tendência irreversível, cada fonte
conta para o sucesso das renováveis |
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A quarta fase do CSP de 700 MW do Parque Solar Mohammed Bin Rashid Al Maktoum, a maior usina de energia solar concentrada de um
único local do mundo, usando uma combinação de última geração de uma torre central e energia solar concentrada parabólica para coletar
energia do sol. O projeto, que foi concedido a um consórcio liderado pela ACWA Power em 2017, entregará eletricidade a uma tarifa de US$
7.30 por quilowatt / hora, custo que concorre com a eletricidade gerada por combustíveis fósseis, sem subsídio para energia solar confi ável
e despachável também durante a noite. A fábrica apoiará a estratégia de energia limpa de Dubai 2050, para aumentar a participação de
energia limpa para 25% até 2030, permitindo uma economia de 2,4 milhões de toneladas de CO2 (foto:ACWA) |
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No esforço global para combater as mudanças climáticas,
a energia está no centro das respostas,
seja através da expansão das fontes de energia renováveis,
pela adoção de tecnologias de eficiência energética
ou armazenamento.
É uma demanda global: cidades e indústrias têm de
reduzir suas pegadas de carbono. Até mesmo na Arábia
Saudita, que, há décadas, tem o petróleo como base de
sua riqueza, está tentando ter um futuro baseado em outro
recurso natural que ela possui em abundância: a luz
solar. E, de fato, sob o comando do príncipe Mohammed
Bin Salman, o maior exportador de petróleo do mundo,
está investindo em energia renovável, não apenas para
reformular seu mix de energia local, mas para emergir
como força global também em energia limpa.
E já escolheu a ACWA Power, uma empresa de energia
saudita, para construir uma fazenda solar para abastecer
cerca de 40 mil casas. Esse projeto terá custo de US$
300 milhões, porém, a Arábia Saudita já planeja investir
até US$ 7 bilhões em sete novas usinas solares e um grande
parque eólico, e levar o país a ter até 10% de sua geração
de energia baseada no sol até o final de 2023.
Um relatório da Exxon Mobil (Outlook de 2018) comenta
que a Agência Internacional de Energia (AIE) pontuou
que, para encaminhar o mundo para a diretriz do
Acordo de Paris, que pede menos dois graus na temperatura,
é necessário agir de forma abrangente, sistemática
e imediata na implementação de soluções, mas que
não é possível prever um único e seguro caminho. Como
resultado, governos, universidades e organizações não
governamentais estão analisando possíveis cenários, para
identificar opções para enfrentar os riscos climáticos com
energia confiável e acessível.
Uma das principais incertezas diz respeito aos avanços
na tecnologia, que podem influenciar o custo e a disponibilidade
potencial de caminhos, em direção a um
cenário de “2oC”. Um recente estudo multimodelo, coordenado
pelo Energy Modeling Forum em StanfordUniversity (EMF 27), avaliou tecnologias e políticas associadas
a oito climas-alvo de estabilização.
O Outlook de 2018 incorpora eficiência significativa
e mudanças no mix de energia, com a característica
fundamental de ter as emissões de CO2 relacionadas com
a energia zeradas, ou potencialmente negativadas, até o
final do século. |
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A ExxonMobil define que sua missão é fornecer energia
para a vida. Mas, isso é apenas metade da história. A outra
parte do desafio é reduzir as emissões de gases de efeito
estufa associadas à produção e uso de energia. Então, anunciou
medidas de redução de gases de efeito estufa em todas
as suas operações, com um plano para reduzir as emissões
de metano em 15% e reduzir a queima em 25%, até 2020.
A ExxonMobil já vem buscando eficiência energética
em refino – alcançando uma melhoria de 10% na
eficiência desde 2000, por exemplo – e na redução da
intensidade energética das operações químicas. Desde
2000, a empresa investe mais de US$ 9 bilhões em eficiência
energética e tecnologias, para reduzir as emissões.
As medidas implementadas no ano passado para reduzir
as emissões de metano, incluindo esforços de detecção e
reparo de vazamentos e melhorias operacionais nos Estados
Unidos, já representaram uma redução de 2% nas
emissões, então, a empresa acredita estar no caminho
certo. Eficiência energética é de grande ajuda ambiental,
já que faz com que a demanda global de energia aumente
apenas cerca de 25% entre 2016 e 2040, refletindo essa
economia devido a melhorias, sem as quais a demanda
global de energia poderia quase dobrar até 2040!
Além dos esforços da iniciativa privada, políticas públicas
sólidas desempenham um papel importante. E, claro,
tecnologia é vital para melhorar os padrões de vida, ao mesmo tempo em que aborda os riscos climáticos e
muitas delas que não tinham importância há 15 anos têm
um papel mais significativo hoje. Exemplos incluem energia
eólica e solar, desenvolvimento não convencional de
petróleo e gás e carros elétricos. |
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Várias ações no sentido de migrar a sociedade para o
uso de energias mais limpas vêm sendo feitas e as energias
renováveis devem captar dois terços do investimento global,
até 2040.
Energia é um bom negócio e vem sendo estudada
mais detalhadamente para que metas ambientais sejam
rentáveis. Um relatório do Lawrence Berkeley National Laboratory
(LBNL) descobriu que, quando a parcela de eletricidade
gerada por energia eólica e solar chega a 40% ou
50%, os preços da energia no atacado diminuem de US$ 5
a U$$ 16 / MWh. Mas o estudo “Impactos da Energia Renovável
nos Preços Atacadistas de Eletricidade e na Tomada
de Decisão no Setor Elétrico” constatou que aumentar a participação de energia eólica e solar na rede também aumenta
a volatilidade e a hora de pico de preço. |
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As energias eólica e solar têm características econômicas
diferentes das tradicionais, jogando a demanda de pico
da rede para ocorrer à noite, quando as pessoas chegam
em casa e ligam as luzes e os eletrodomésticos. Então, em
um sistema altamente solar, quando os preços da energia
atingem o pico à noite, os investimentos em eficiência
energética projetados para reduzir a demanda de iluminação,
como a instalação de iluminação pública por LED,
seriam mais econômicos do que os voltados para reduzir as
cargas à tarde, por exemplo.
Taxas mais altas de fontes renováveis levariam os fornecedores
de eletricidade a preferir ativos de geração mais
ágil, que pudessem aumentar ou diminuir mais rapidamente
em resposta a flutuações de carga, como baterias de
resposta rápida e geração a gás. E isso impacta – ou deveria
impactar – as decisões relativas a infraestrutura, não apenas
de distribuição para cidades, campo e indústria, como
também as de carregamento para veículos elétricos: no sistema
altamente solar, com muita energia disponível para
carregamento de veículos à tarde, faria sentido infraestrutura
de carregamento em locais comerciais, como shoppings
e complexos de escritórios. Já em um sistema mais eólico,
talvez seja melhor investir no aumento das instalações
de recarga residencial, para que mais pessoas recarreguem
seus veículos à noite. Ou seja, é preciso equilibrar as decisões
do lado da demanda e do lado da oferta.
As mudanças mais fundamentais dizem respeito ao
momento em que a eletricidade fica mais barata ou cara e
o grau de (ir)regularidade nesses padrões. É importante lembrar
que mudanças de preços na energia provocam respostas
de outros mercados o que, por sua vez, afeta os preços
da própria energia e de maneira geral. De qualquer forma,
a implantação de energia solar fotovoltaica (PV) tem sido rápida
no mundo e liderada pela China e Índia, colocando-a
como a maior fonte de baixo carbono até 2040, quando a
participação de todas as energias renováveis
na geração total deve chegar a 40%. É fato:
em todo o mundo, as políticas estão apoiando
a eletricidade renovável, através de leilões
competitivos, em vez de tarifas, e a transformação
do setor está sendo amplificada, através
da energia solar fotovoltaica distribuída.
No Brasil, a participação do uso direto e indireto
de fontes renováveis no consumo final de
energia deve aumentar de 39% para 45% em
2040, em comparação com uma progressão
global de 9% para 16% no mesmo período.
Uma dessas ações buscava reduzir os custos
e tempo para a conexão da microgeração e minigeração
distribuída e aumentar o público alvo,
a ANEEL publicou, em 2015, a Resolução Normativa
nº 687. De acordo com as novas regras,
os créditos para geração solar podem ser usados
para abater o consumo de unidades consumidoras
do mesmo titular, situadas em local remoto, desde que na
área de atendimento de uma mesma distribuidora. Ou seja, é
possível instalar o sistema fotovoltaico em um terreno e utilizar
a energia gerada para abater o valor consumido por uma residência
localizada em outra região. Outra norma diz respeito à
possibilidade de instalação de geração distribuída em condomínios
– empreendimentos de múltiplas unidades consumidoras.
Nessa configuração, a energia gerada pode ser repartida entre
os condôminos em porcentagens definidas pelos próprios consumidores,
o que possibilitou a criação de fazendas solares, que
geram energia para ser alugada pelos clientes.
Não se pode esquecer da mais tradicional renovável, a
energia hidrelétrica, cuja tecnologia varia de acordo com as
condições do local onde ela será instalada, porque fatores
como o relevo, tipo de formação geológica e sazonalidade da
vazão do rio são os principais que determinam a escolha da
tecnologia. Nesse cenário “multi fontes de energia”, empresas
como a EDP precisam deter capacidade de projetar, construir e
operar diferentes tipos de usinas com diferentes tecnologias. |
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A posição da EDP sobre as usinas hidrelétricas
é que elas continuarão sendo uma fonte importante
para a geração de energia elétrica, principalmente no
Brasil, que tem um gigantesco potencial hídrico. De
fato, a geração hidrelétrica teve papel preponderante
na estratégia da EDP nos últimos anos e, de 2005 para
cá, sua capacidade instalada mais do que quintuplicou.
Recentemente, a companhia concluiu um ciclo
de construção de três hidrelétricas – sendo a última
a de São Manoel, ao lado dos parceiros CTG e Furnas
– , está focado em realizar as obras dos ativos
contratados em Transmissão, que somam aportes de
R$ 3 bilhões nos próximos cinco anos, na expansão
equilibrada da área de Soluções em Energia, além da
ampliação geográfica do segmento de Distribuição,
com a recente aquisição de participações na Celesc
– Centrais Elétricas de Santa Catarina. Mas, a EDP
segue avaliando oportunidades de investimento em
toda a cadeia de valor.
A EDP avalia riscos em geração hídrica, decorrentes
de alterações climáticas e de mudança de comportamento
dos clientes, que buscam economia de gastos e ganhos
com eficiência – através da EDP Soluções em Energia,
unidade que prepara a companhia para a transição
à economia de baixo carbono, ao desenvolver serviços
de eficiência energética sob medida para cada cliente.
Entre as ações, está a busca da redução do consumo de
energia por meio de serviços e a instalação de equipamentos
mais eficientes e do desenvolvimento de projetos
de geração e cogeração de energia com fontes energia e
menos poluentes, com preferência ao reaproveitamento
de subprodutos e resíduos.
E, em 2016, a EDP passou a integrar o mercado de
geração distribuída fotovoltaica, com um primeiro projeto,
desenvolvido internamente, concluído em 2017,
o CSD – Centro de Serviços de Distribuição em Poá/SP.
Também foram acordados nove projetos solares, somando
10.740 kWp de capacidade instalada, e a previsão
para 2018 é de investimentos de R$ 100 milhões, para
ampliar a capacidade instalada da companhia em cerca
de 30MWp.
Um destaque tecnológico é que a EDP está empregando,
na usina de Cachoeira Caldeirão (219
MW), na região amazônica, turbinas do tipo “Bulbo”
especiais para locais onde se verificam altas vazões
e baixas quedas. O Grupo EDP também começou a
dar os primeiros passos na exploração dos recursos
energéticos no mar, criando, em Portugal, o Windfloat,
um projeto pioneiro em nível mundial, que tem
como objetivo a exploração do recurso eólico em
águas profundas – as tecnologias escolhidas permitem
a exploração do potencial eólico no mar, em profundidades
superiores a 40 metros. O foco de inovação
do projeto baseia-se no desenvolvimento de uma plataforma
flutuante semi-submersível e triangular, com
origem na indústria de extração de petróleo e de gás,
onde assenta uma turbina eólica. |
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Segundo informações da Abeeólica – Associação
Brasileira de Energia Eólica, o setor de energia baseada
nos ventos cresce de forma vigorosa sendo que, em 2017,
foram adicionados à matriz elétrica brasileira mais 2 GW
de energia eólica em 79 novos parques, o que fez com
que, ao final do ano, a eólica totalizasse 12,77 GW de capacidade
instalada em 508 parques eólicos, representando
8,1% da matriz, com investimentos totais no período
de R$ 11,4 bilhões. E contando...
Corroborando os números brasileiros para a eólica,
também o World Energy Outlook 2017 do IEA – International
Energy Agency afirma que, na União Europeia, as
renováveis já respondem por 80% da nova capacidade,
tendo a energia eólica como principal fonte de eletricidade
até 2030, tanto onshore quanto offshore. E, de acordo
com dados do Global Wind Energy Council (GWEC),
o Brasil ultrapassou o Canadá e ocupa, agora, a oitava
posição no ranking mundial de capacidade instalada de
energia eólica.
Essa migração para um mundo que tenha por base
energias mais limpas impacta claramente a cadeia do
petróleo, e seus players têm respondido com diversas ações, incluindo aquisições como a da First Utility,
uma empresa de energia virtual – produto do avanço
tecnológico e da desregulamentação da Grã-Bretanha
– recentemente comprada pela Shell. Esse movimento
ilustra uma das maneiras pelas quais as empresas
de energia estão olhando para um futuro
que aproveite o sol e o vento. É um
futuro que a indústria do petróleo está
adotando cada vez mais, alavancando
recursos financeiros, tecnológicos e logísticos
para lidar com o problema das
mudanças climáticas. |
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Desde que Ben van Beurden assumiu
a presidência executiva da Shell, em
2014, vem equilibrando o negócio de petróleo
& gás com o sucessivo aumento de pressões
regulatórias, societárias e sociais... até os acionistas
estão exigindo que a Shell tome medidas para mitigar
a mudança climática. A empresa começou a alocar até
US$ 2 bilhões por ano, de um orçamento de cerca de
US$ 30 bilhões, para energias alternativas. E já comprou
a First Utility, investiu em operações de energia solar na
Califórnia, um parque eólico offshore na Holanda, uma
startup de compartilhamento de carros em Londres e
uma empresa de pontos de recarga para veículos elétricos.
E comprou a BG por US$ 54 bilhões, em 2016,
para reforçar sua posição em gás natural liquefeito. Existe
lógica aí, já que a Shell não pretende parar de vender
petróleo & gás tão cedo. Van Beurden acredita que, se
as empresas de energia quiserem reconquistar a confiança
das pessoas, precisam mudar de tom. Então, ele elaborou
um novo plano com sua equipe executiva, para
reduzir a pegada de carbono, não apenas de suas operações,
mas, de seus produtos,
como gasolina e
combustível de aviação,
em consonância com
o acordo climático de
Paris – o objetivo é reduzir
em 50% o dióxido
de carbono produzido
por esses produtos, até
2050. |
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A Shell é a maior
empresa da Europa,
então, pode assumir
muitas frentes, como ter
pontos de carregamento
elétrico e hidrogênio,
um combustível limpo,
disponível em seus postos
de abastecimento
e gerar grandes quantidades
de energia verde
de instalações eólicas e
solares, etc. E, mesmo que alguns ambientalistas acreditem
que os US$ 2 bilhões anuais que a Shell se propõe
a investir em novas energias representem muito pouco, a
mudança está em andamento.
A Petrobras também vem se preparando para
um futuro baseado em economia de baixo
carbono e, entre as iniciativas previstas para
essa transição, estão o desenvolvimento
de negócios de alto valor em energia
renovável e o investimento e promoção
de novas tecnologias para reduzir
os impactos nas mudanças climáticas.
Uma das iniciativas é a construção de
uma planta piloto eólica offshore. Um
projeto de Pesquisa & Desenvolvimento,
composto por duas linhas: a primeira, referente
aos estudos junto a Instituições de Ciência e Tecnologia
(ICTs) e universidades federais (UFRN, UFRJ
e UFJF), com análises de logística, infraestrutura, potencial
eólico, fundações, transmissão de energia e
impactos ambientais de instalações eólicas offshore
no Brasil. A segunda linha trata da instalação do primeiro
aerogerador offshore no país, com o intuito de
avaliar a performance desse equipamento em campo.
Na primeira fase desse projeto (2013 e 2016), a Petrobras
identificou um potencial significativo para
explorar energia eólica no litoral do Rio Grande do
Norte e Ceará, após realizar medições no mar em
profundidades entre 12 metros e 30 metros, a distâncias
da costa entre 20 quilômetros e 70 quilômetros.
Para a medição da velocidade dos ventos foi utilizada
uma torre de 93 metros e também a técnica conhecida
como LiDARs (Light Detection And Ranging), com sensores remotos e lasers instalados em plataformas
de petróleo. Além da velocidade, a Petrobras mediu
também a direção do vento, intensidade, constância
e temperatura. |
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Innovation is required to ensure the full menu of decabornization optinos is available |
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A segunda fase realiza novas medições de vento
na região estudada, incluindo estudos preliminares no
sudeste brasileiro. A previsão é ter a planta piloto, na
faixa de 5MW de capacidade, instalada, até meados de
2021, a 20 km da costa da cidade de Guamaré, no Rio
Grande do Norte. O projeto inclui uma única turbina
eólica operada remotamente, uma torre anemométrica
movida a energia solar e um cabo submarino elétricoóptico
umbilical.
Esse projeto piloto da Petrobras é estratégico, porém,
o campo de Ubarana, em águas rasas da Bacia
Potiguar, está no programa de desinvestimentos da
companhia, o que significa que o projeto pode mudar
de mãos.
Mas, a Petrobras não está sozinha no desbravamento
das eólicas offshore. A Eólica Brasil tem o projeto
do Complexo Eólico Marítimo Asa Branca I (400
MW) que, apesar de parado – em tese esperando a
liberação ambiental –, é formado por 10 Parques Eólicos
Marítimos (Sabiaguaba I; Sabiaguaba II; Caetanos
I; Caetanos II; Icaraizinho I; Icaraizinho II; Moitas I;
Moitas II; Patos I; e Patos II), com cinco aerogeradores
cada, totalizando 50 aerogeradores marítimos, no
litoral do de Amontada/CE, a cerca de 8 km da praia,
com profundidades entre 7 e 12 metros. Está previsto
que o empreendimento tenha sua própria linha de
transmissão de interesse restrito, com 120 km. Pelo
projeto, serão utilizados navios-plataforma autoelevatórios,
de baixo calado, para instalar as fundações,
peças de transição, torres, naceles, pás, cabos de controle/
elétricos submarinos. E também o complexo Eólico
Caju, com 15 aerogeradores, totalizando 30 MW
de potência, localizado em zona de transição terramar,
em território maranhense – cidades de Tutoia e
Araioses.
As eólicas offshore vão ganhar espaço, baseadas
em custos e com dados mais recentes. O potencial de
energia eólica offshore para toda a margem do Brasil
foi avaliado com dados obtidos pelo satélite QuikSCAT,
entre agosto de 1999 e dezembro de 2009. Esse
levantamento estimou que o potencial energético
offshore no ZEE (zoneamento ecológico-econômico)
brasileiro é quase 12 vezes maior que na área continental
do país.
Os dados foram processados
para gerar um campo de
vento com resolução espacial
de 0,5°. Os valores obtidos
são referentes a uma altitude
de 10 m do nível do mar e a
simulação usou turbinas geradoras
Areva Wind M5000, espaçadas
em cerca de 600 m,
no eixo meridional, e em cerca
de 1.200 m, no eixo zonal. O
levantamento é uma boa base,
ainda que para os estudos de
energia eólica sejam importantes
dados a uma altitude próxima
ao eixo do rotor da turbina
(80 m).
O resultado é que o potencial
eólico para toda a margem
brasileira, de até 100 m
de profundidade (606 GW),
ficou cerca de três vezes maior
que o resultado preliminar, de
2008, que avaliou somente as
regiões sudeste e sul.
Enfim, o desenvolvimento
das tecnologias nos diversos
setores da vida é que vai possibilitando
o uso de algumas
soluções de maneira mais intensiva.
Em recente relatório da
McKinsey sobre opções para
descarbonizar processos industriais,
onde o foco estava
nos setores de cimento, aço,
etileno e amônia, a conclusão
foi a de que a descarbonização
é tecnicamente possível,
mesmo com obstáculos técnicos
e econômicos.
O setor industrial é uma
potência global, porém, também
um importante emissor de GEE e, nos setores estudados,
cerca de 45% das emissões de CO2 era proveniente
das matérias-primas; outros 35% da queima de
combustível para gerar calor em alta temperatura e os
restantes 20%, o resultado de outros requisitos de energia.
O fato é que a descarbonização da indústria depende
de um aumento no uso de energia elétrica que venha de
fontes limpas – ainda que as características locais afetem
a viabilidade de opções. |
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Até o fechamento desta edição, estavam caminhando,
no Brasil, estudos ambientais para instalações
de eólicas offshore, consultas públicas e estudos para
leis na área de energia envolvendo etanol, energia eólica
e solar, mostrando que o país quer aproveitar todos
os recursos que puder para gerar energia limpa. Empresas
de diversos segmentos estão nessa corrida, que
pega o petróleo num momento delicado: ainda que a
ANP – Agência Nacional de Petróleo, e o Governo Federal
estejam “atualizando” as políticas, a FGV– Fundação
Getúlio Vargas, divulgou um estudo minimizando o
impacto desse setor no PIB brasileiro, já que sua contribuição
seria de apenas 4% do total. Os fornecedores
de bens duráveis discordariam desse valor, que aponta
que o sucesso das renováveis está apenas nas mãos das
políticas, agora. |
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O Prius, que a Toyota vende no Brasil, utiliza um sistema
híbrido desenvolvido pela própria empresa para conciliar o
uso de dois motores: um a combustão, como os que equipam
veículos tradicionais, e outro, elétrico. Esse motor elétrico, porém,
não utiliza carga externa, ou seja, não deve ser carregado
na tomada, como acontece com um veículo puramente
elétrico, mas funciona como um gerador. Ele é responsável
por captar a energia cinética produzida pela frenagem e transformá-
la em energia elétrica, que fica armazenada na bateria
do motor elétrico. Em um veículo comum, essa energia é dispersada
em forma de calor. Em baixas velocidades, somente
o motor elétrico é acionado, enquanto o motor à combustão
permanece desativado, e não há consumo de combustível.
Conforme a velocidade do carro aumenta, ou é exigida maior
força do veículo, como em uma subida, por exemplo, o motor
a combustão é ativado e o sistema inteligente controla o uso
dos dois motores simultaneamente. A Toyota não tem planos,
até o momento, de comercializar a versão Prime por aqui,
mas anunciou estudos recentes da tecnologia híbrida flex, ou
seja, um modelo híbrido à combustão, que poderá ser abastecido
também com etanol. O projeto, que combina um propulsor
elétrico e outro flexível a gasolina e etanol, colocou lado a
lado as equipes de engenharia da Toyota Motor Corporation,
no Japão, e da Toyota do Brasil. Os testes estão sendo realizados
em um protótipo do Prius flex.
Estudos preliminares realizados pela Toyota do Brasil
apontam que o híbrido flex possui um dos mais altos potenciais
de compensação e reabsorção na emissão de CO2 gerado
desde o início do ciclo de uso do etanol extraído da cana-deaçúcar,
passando pela disponibilidade nas bombas de abastecimento
e sua queima no processo de combustão do carro.
Quando abastecidos apenas com etanol (E100), os resultados
se mostraram ainda mais animadores.
A Toyota Motor Corp. tem planos para popularizar veículos
eletrificados já na década de 2020-2030, com o desenvolvimento
e lançamento de veículos híbridos elétricos (HEVs),
híbridos plug-in elétricos (PHEVs), elétricos de bateria (BEVs) e
veículos elétricos movidos a célula de combustível (FCEVs).
O protótipo do primeiro automóvel híbrido flex faz parte
de um conjunto de esforços da Toyota no cumprimento de metas
ambientais ambiciosas, previstas no seu Desafio Ambiental
2050 para colaborar com a redução de impactos ambientais
causados pelos automóveis ao nível mais próximo possível do
zero de emissão. |
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Até chegar à formatação do
primeiro protótipo, a Toyota realizou
diversos testes em escala de
laboratório, que tiveram início há
quase três anos atrás, em meados
de 2015. E, em cerimônia realizada
com a presença de representantes
do governo do Estado
de São Paulo e parceiros, a companhia
deu início à fase de testes
de rodagem. No primeiro momento, o veículo percorrerá um
trecho de mais de 1.500 quilômetros entre SP e DF, colocando à
prova a durabilidade do carro em percursos desta natureza, para
avaliar o conjunto motor-transmissão, quando abastecidos com
etanol, nas estradas brasileiras. A partir daí, novos dados informarão
a performance do carro e servirão para possíveis ajustes,
com objetivo de buscar o balanço ideal de todo o conjunto. |
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“Mais do que um marco em nossa
sexagenária história no Brasil, este protótipo
é o ponto de partida para a escrita
dos nossos próximos 60 anos. A Toyota
acredita que o híbrido flex, quando produzido
em escala comercial, possibilitará
a reabertura de um novo período de aprimoramento
técnico de toda a cadeia automotiva”,
declara Rafael Chang, presidente
da Toyota do Brasil. |
Estudos preliminares realizados pela Toyota do Brasil
apontam que o híbrido flex possui um dos mais altos potenciais
de compensação e reabsorção na emissão de CO2 gerado
desde o início do ciclo de uso do etanol extraído da cana-deaçúcar,
passando pela disponibilidade nas bombas de abastecimento
e sua queima no processo de combustão do carro.
Quando abastecidos apenas com etanol (E100), os resultados
se mostraram ainda mais promissores.
O preço do teto solar ainda não está disponível, mas se
um teto de 200W pode gerar cerca de 300 kWh/a e se isso
custar 40 centavos por kWh durante o período de retorno, isso
significa cerca de US$100/a. Se o custo inicial do teto for de
US$ 500, isso significa um retorno em 5 anos... “Se.”
A Panasonic está fabricando o teto de 180 watts do Toyota
Prius Prime para o mercado japonês e afirma que seu teto produzirá
a quantidade equivalente de energia para 3-6 km / dia,
porém, por enquanto, a energia será armazenada em uma bateria
de baixa voltagem para aquecimento / resfriamento / rádios, etc.
A Panasonic está progredindo
na tecnologia para enviar
eletricidade para uma bateria
maior para o funcionamento
do carro. A Tesla, a Ford e a
Fisker produziram protótipos
de cascos solares (SEAV 1.0),
porém, suspenderam seus
planos de teto solar. |
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